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Objetiva mente

No lugar do outro

Talvez nem todos saibam, mas empatia é a capacidade que temos de nos colocar no lugar de outro ser humano, para podermos compreender sua perspectiva e para experimentar as emoções sentidas por esta pessoa.

Na medicina, logo no início do curso, nós, professores, sempre reforçamos para os alunos a importância da empatia na relação médico-paciente, pois sem ela dificilmente conseguiríamos fazer uma medicina humanizada e competente. Porém, é interessante como esta habilidade empática pode ser natural para alguns e tão estranha para outros.

Há pessoas que são naturalmente empáticas. E acredito que estas pessoas muito provavelmente foram criadas em ambientes acolhedores por pessoas bastante capazes de cuidar de um filhote humano. Por outro lado, existem transtornos que tiram da pessoa esta capacidade. Um exemplo clássico é a psicopatia. Um psicopata é frio. Não sente compaixão, culpa ou remorso. Muitas vezes sente até prazer com o sofrimento alheio, ainda mais quando ele é o causador. É muito comum esta pessoas serem criadas em ambientes violentos, miseráveis e com pouca ou nenhuma afetividade.

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Em termo de evolução da espécie humana, a empatia é uma habilidade extraordinária que  nos deu condições de sair de uma posição adversa para conquistarmos a hegemonia do planeta. Nos primórdios éramos minoria, desprovidos de recursos naturais de caça (sem dentes proeminentes, lentos, fracos e sem garras), vivendo num ambiente hostil e perigoso.

A empatia nos fez cuidarmos mais e melhor dos nossos filhotes. Ela nos permitiu formamos famílias e grupos colaborativos. Ela nos fez pensarmos no bem da coletividade e não somente na do indivíduo. Motivou comportamentos mais sociáveis a fim que estabelecermos normas e regras. Nosso senso moral é proveniente da empatia. Sem empatia não há perdão.

Ao conquistarmos o planeta, parece que nos voltamos contra nós mesmos e contra o meio ambiente também. Guerras, caça predatória, massacre de minorias, escassez de água, desmatamento e tantas outras intervenções negativas do homem. Seria esta a decadência do Homo sapiens? Estamos voltando a ser Neanderthal? Ou iniciamos a era do Homo Non Sapiens? 

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Nossa sociedade hoje perdeu muito de sua capacidade empática. Não é à toa que temos conflitos em todas as partes da sociedade e do mundo. Sem empatia nossa capacidade de entender e superar as diferenças são mínimas. Penso que conceitos como esse devem ser trabalhados desde cedo em nossas crianças e em nós mesmos com um exercício muito simples: se coloque no lugar do outro. Ao fazermos isso estamos pavimentado o caminho que leva a uma sociedade mais compreensiva e menos beligerante.

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