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OBJETIVA MENTE

Quando morre a esperança

As estatísticas em suicídio são assustadoras. São mais de um milhão de mortes por ano, sendo uma morte a cada 30 segundos. Nos últimos 50 anos, as taxas de suicídio aumentaram 60%, principalmente em países desenvolvidos. No Brasil, as taxas são menores do que a média mundial, mas o Rio Grande do Sul é o estado com maior incidência. Nossa região é destaque nesta triste e aterrorizante realidade.

A cada dez tentativas, uma pessoa acaba morrendo, o que se traduz em uma tentativa de suicídio a cada três segundos. Até você terminar de ler este texto, dezenas tentarão e muitos morrerão em decorrência dessa calamidade de saúde pública. Presume-se que existam quatro tentativas desconhecidas para cada uma que é registrada. E muitos suicídios acabam entrando erroneamente nas estatísticas como “acidentes” ou overdoses.

Mulheres tentam dez vezes mais do que os homens, mas os homens se matam mais por usarem métodos mais violentos. O método mais comum de escolha das mulheres é por ingestão de medicação ou veneno, o que aumenta a chance de resgate ou reversão. Homens utilizam enforcamento ou arma de fogo, métodos mais violentos e com menos chance de salvamento.

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Existem dois picos de maior incidência de suicídio ao longo da vida: adolescentes/adultos jovens (sendo a terceira causa de morte mais comum) e idosos. Depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia e dependência química são os transtornos psiquiátricos mais comumente associados ao suicídio. Ressalto aqui o grave problema do alcoolismo. Um a cada dez dependentes do álcool se suicidam. O álcool acompanha o suicida no momento da tentativa na grande maioria das vezes. É uma substância que aumenta a impulsividade e a depressão do sistema nervoso central, sendo usado como “encorajador” ou método.

Existem fatores de risco bastante conhecidos para o suicídio. Ter familiares que cometeram ou tentaram suicídio é um deles. E dos fortes. Estar desempregado, aposentado ou desocupado também. Ser separado ou viúvo, assim como ser ateu e agnóstico traz mais riscos. Estar isolado socialmente joga contra.

Há também fatores que diminuem a chance de a pessoa tentar o suicídio. Relacionamentos afetivos e familiares de boa qualidade, manter-se produtivo e buscando novos conhecimentos, envolver-se em atividades sociais reduzem sobremaneira esse risco. Acreditar em Deus ou numa força superior nos auxilia a superar e lidar com adversidades, momentâneas ou definitivas, pois nessa crença está imbricada a esperança.

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Acredito que a esperança é um dos maiores mecanismos de defesa que temos para lidar com a realidade. Acreditar que tudo pode melhorar nos ajuda a continuar, mesmo quando a situação não nos favorece. Esperançar é crer que não estamos sozinhos e que fazemos parte de algo maior. Na contramão, a desesperança mata. Pode vir como um sintoma depressivo, consumido na forma de vício ou resultado de acontecimentos negativos. Mas quando ela chegar, se chegar, não espere para buscar ajuda. Pois perder a esperança pode ser o início do fim.

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