Há algum tempo, recebemos do leitor Jorge Helfer um exemplar do almanaque Tico Tico, edição do Natal de 1948. A revista nasceu em 11 de outubro de 1905 e durou até 1958. Daí até 1977, publicou somente edições especiais.
Popular em sua época, foi a primeira publicação voltada às crianças e adolescentes. Entre seus leitores estavam intelectuais como Monteiro Lobato, Carlos Drummond de Andrade e Ruy Barbosa.
Em Santa Cruz, muitas famílias tinham reserva da revista nas tabacarias A Banca, Sinimbu e Metrópole, para não perderem nenhum número. Estudiosos afirmam que ela influenciou muitas gerações e foi responsável pelo crescimento da literatura infanto-juvenil.
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A publicação foi inspirada na revista francesa La Semaine de Suzette. No Brasil, o nome homenageia o irriquieto pássaro Tico Tico. A capa era em papel acartonado. Tinha quatro páginas coloridas. As restantes usavam uma combinação de branco com vermelho, verde ou azul.
Lançada pelo jornalista Luís de Souza e Silva, foi a pioneira na publicação de histórias em quadrinhos. Apresentou aos leitores brasileiros personagens como Mickey Mouse (com o nome de Ratinho Curioso), Popeye e Gato Félix. Os heróis eram Chiquinho, o trio Reco-Reco, Bolão e Azeitona, Zé Macaco, Faustina, Chico Preguiça, Lamparina e Pandareco.
Além dos quadrinhos, trazia história do Brasil, lendas, histórias infantis, anedotas, passatempos e assuntos voltados para mães e filhas. Havia bastante propaganda de remédios para crianças. Muitos contos brasileiros e universais eram apresentados na forma de seriado.
A partir de 1958, deixou de ser semanal e passou a sair em forma de almanaque, sempre próximo ao Natal. O encerramento foi em 1977, totalizando 2.097 edições. Nos tempos áureos, a tiragem chegou a 100 mil exemplares.
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Pesquisa: Acervo da Biblioteca Nacional
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