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Memória

Negros em Santa Cruz (III)

Nas colunas anteriores, tratamos da presença dos negros na colônia e na vila de Santa Cruz, antes e depois da Lei Áurea (1888). É uma história que precisa ser mais estudada, pois as informações são poucas.

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A partir de 1945, com o nascimento da Gazeta, aparecem alguns artigos sobre o tema. O colunista Ary do Prado, em 12 e 15 de novembro de 1946, lembra de ex-escravos que viviam na cidade.

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Mariano era carroceiro e entregava mercadorias para o armazém de Carlos Grawunder. Era forte, brincalhão e puxava de uma perna, reflexo da tortura que sofreu da tropa de Chachá Pereira em 1894.

Outro foi Adão Faustino da Conceição, conhecido por Negro da Gaita, vendedor de bilhetes. Montava uma égua moura e, para anunciar sua presença, tocava gaitinha de boca. Ele andava um pouco curvado pela idade. Falava devagar e tirava o chapéu ao cumprimentar as pessoas. Quando perguntado sobre o tempo da senzala, mudava de assunto e dizia que “já passou, graças a Deus”.

Outros escravos foram Lucas (trabalhava para a família Fetter) e Tia Inácia. Esta foi tema da coluna em novembro do ano passado.

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Antes de iniciar a colonização alemã em Santa Cruz (1849), aqui residiam famílias lusas donas de escravos. Entre elas, Carlota Leopoldina de Albuquerque (Dona Carlota) e o marido Guilherme Lewis.

O negro Joaquim, apelidado de Gaiola, era capitão do mato e recapturava escravos fugitivos. Em 1854, quando foram demarcados os terrenos da futura vila, ele ganhou o lote seis (imediações do Hospital Santa Cruz).

Os imigrante alemães, por lei, não podiam ter escravos. Mas, depois da Lei Áurea, muitas famílias passaram a contar com a mão de obra dos negros, que deixaram as fazendas da região.

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Foto: DivulgaçãoEquipe de futebol, só de negros, jogava partidas na região
Equipe de futebol, só de negros, jogava partidas na região

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