Em 2020 completa-se uma década desde os dias em que um dos maiores escritores brasileiros visitou Santa Cruz do Sul na condição de patrono da Feira do Livro. O baiano João Ubaldo Ribeiro desembarcou na cidade no dia 30 de agosto – como a Gazeta do Sul estampou em sua capa do dia seguinte, inclusive com a foto do autor –, na companhia de sua esposa, Berenice. Era a projeção nacional definitiva do principal evento literário do Vale do Rio Pardo, naquele ano em sua 23ª edição, com o slogan “Ler é 10”.

Autor de clássicos da literatura, como Sargento Getúlio, Viva o povo brasileiro!, O sorriso do lagarto e O albatroz azul, obra esta que concluíra meses antes da visita a Santa Cruz, frequentou a Praça Getúlio Vargas, concedeu entrevistas, interagiu com o público, animou as conversas em restaurantes, cafés e espaços de comércio, circulou ao lado da esposa pelas ruas do Centro da cidade e ainda participou de bate-papo com o jornalista Ruy Carlos Ostermann, na Unisc, no projeto Conversas com o Professor. Os passos de João Ubaldo e Berenice pela cidade, com a qual se encantaram, foram registrados e documentados pela Gazeta.

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Mas antes da vinda de João Ubaldo Ribeiro a Santa Cruz, foi a Gazeta do Sul quem o visitou em seu apartamento, no Leblon, no Rio, onde estava radicado há muitos anos, desde o retorno de uma temporada em Berlim, na Alemanha. Em 24 de maio de 2010, uma manhã de segunda-feira, pontualmente às 10 horas, o jornalista Romar Rudolfo Beling foi destacado a realizar entrevista exclusiva com o escritor, já confirmado desde o segundo semestre de 2009 como a grande estrela da 23ª edição da feira. Na ocasião, recebeu de forma calorosa a Gazeta do Sul, para conversa publicada no formato pergunta-e-resposta na edição de final de semana de 21 e 22 de agosto de 2010, sob o título “Na batcaverna do patrono”. Ali, manifestara sua expectativa em conhecer Santa Cruz, na viagem ao Sul do País, e refletira sobre a sua obra.

Detalhou ainda a sua rotina no Leblon, os encontros e as atividades com o amigo Rubem Fonseca, no Bar Tio Sam, e as idas até a banca do jornaleiro Salvatore, pertinho de casa, para uma breve prosa. E teve, por intermédio da Gazeta do Sul, uma primeira perspectiva da forma afetuosa como seria recebido (como efetivamente foi recebido) por toda a população de Santa Cruz e da região. Magnetizou a todos com sua simpatia e com sua baianice, sempre com um amplo sorriso estampado no rosto. Natural na Ilha de Itaparica, nas imediações de Salvador, em plena Bahia-de-Todos-os-Santos, João Ubaldo nasceu em 1941 e faleceu em 18 de julho de 2014, aos 73 anos.

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A série
Em homenagem aos 75 anos da Gazeta do Sul, completados em janeiro, esta seção vai compartilhar, ao longo de todo o ano, nas edições de quarta-feira e de final de semana, 75 momentos em que jornalistas fizeram coberturas especiais no País e no exterior.

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