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COTIDIANO

Pandemia mudou relações e aproximou as pessoas, mas exige criatividade na rotina

Atividades simples, como ler um livro para o filho, ajudam a conectar a família | Foto: Pixabay

A quarentena, mesmo sendo um período difícil, com mudanças da rotina e alterações no trabalho, quando superada, deverá deixar algum aprendizado. Embora relações tenham sido impactadas pelo distanciamento, outras, pela proximidade do confinamento, têm experimentado maior intimidade.

Para os especialistas, o momento é de aprendizado e de romper muitas dinâmicas que estavam automatizadas e que consumiam energia vital em excesso. Serve para abrir espaço para resgatar atividades que, por algum motivo, haviam sido deixadas de lado, como por exemplo almoçar com a família, dedicar mais tempo aos filhos, ler um livro e até mesmo cozinhar um prato diferente.

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A terapeuta de Ancoragem, Rosi D’ Portilho, explica que a ocasião deve ser vista como uma oportunidade para reverter a situação e melhorar os relacionamentos. “É preciso encontrar alternativas dentro da própria casa. As pessoas têm que aprender a ver nisso uma oportunidade para se conhecer melhor e conviver com aqueles que estão mais próximos”, afirma.

“Antes os casais saíam para trabalhar e se viam somente à noite; as crianças iam para a escola e quase não conviviam com seus pais porque eram ‘criados pela professora’.” Segundo ela, o tempo em casa deve ser aproveitado com atividades simples e prazerosas.

“É como dizem, fazer de um limão, uma limonada. Realizar coisas que promovam prazer em estar juntos, como jogos dentro de casa, reunir a família, fazer atividades lúdicas, entre outras. Caso contrário, as desavenças do cotidiano poderão comprometer a saúde mental, além de gerar insanidade e até distúrbios psíquicos”, esclarece.

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MEDITAÇÃO

A técnica de meditar, que consiste em ficar em silêncio e buscar sabedoria interior, pode trazer benefícios na busca do autoconhecimento e mais qualidade de vida durante o isolamento social. Um estudo da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, revela que a prática da meditação contribui para a redução do estresse, sintomas depressivos e ansiedade, potencializando o autoconhecimento e a autoestima. Muitas empresas já adotaram o método, como forma de auxiliar os colaboradores a lidar com o estresse da rotina de trabalho.

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Criatividade para preservar a saúde mental

O isolamento social, além de servir para proteger a vida das pessoas, deve ser visto como uma ferramenta de aprendizado e crescimento para lidar com a situação. A psicóloga e terapeuta de família e casal, Alessandra Steffens Bartz, explica que aceitar a situação pode se tornar um pouco mais fácil a partir do momento em que a pessoa entende que é uma questão coletiva.

“Muitas pessoas estão passando pela mesma situação, não é uma escolha. Tem que ser criativo”, conta. “É um momento de resgatar aquelas atividades que, por algum motivo, foram deixadas de lado, como almoçar em casa, jogar jogos de tabuleiro, assistir a um filme que antes não dava tempo, ir para a cozinha e preparar um prato diferente, tudo é válido. As pessoas têm que buscar válvulas de escape para manter a saúde mental”, afirma.

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A pandemia trouxe muitas limitações, como não poder sair com os amigos, participar de eventos sociais, andar pela rua ou frequentar lugares onde costumam haver aglomerações. Mas também fez aumentar a conexão de muitas pessoas com o meio ambiente.

Para a psicóloga, estar em contato com a natureza serve para recuperar a energia e ajuda a cuidar tanto do físico quanto do psicológico. Mas exige cuidados. “É saudável as pessoas saírem para respirar ar puro e até caminhar com os pés descalços na grama. A questão é a ponderação de conseguir fazer estas coisas com cuidados, sem aglomerações.”

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Com os idosos, a questão do isolamento social requer um pouco mais de atenção e é determinada de acordo com a estrutura que cada um dispõe. “Para o momento que estamos passando, não tem receita, não é como fazer um bolo. É preciso pensar nas alternativas que o idoso possui; se tem acesso à tecnologia, isso facilitará a comunicação com as demais pessoas e ele não se sentirá tão sozinho.”

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Outros fatores são as atividades que geram distração e lazer, como o hábito de leitura, artesanato, costura, atividade física, assistir a algum programa de TV ou reorganizar o álbum de fotos ou o livro de receitas. “São pequenas coisas que os familiares têm que buscar resgatar. É preciso ter iniciativa porque muitas vezes o idoso não tem”, afirma a psicóloga.

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ADAPTAÇÕES

A pedagoga Adriana Reni Krüger, 36 anos, que reside em Vera Cruz e leciona em uma escola particular de Santa Cruz, teve que adaptar a rotina. Desde 16 de março no home office, ela se divide entre as atividades profissionais, as tarefas domésticas e os cuidados com o filho Fernando, de 5 anos, já que as escola que ele frequenta também está fechada.

O marido Daniel Klinger, 40 anos, que trabalha com TI em uma empresa de Santa Cruz, é quem a ajuda com as atividades. “Criamos uma rotina e um planejamento de horários, onde as as tarefas são divididas. Somos muito parceiros, e se um inicia o jantar, o outro termina. Se não dou conta de fazer algo e ele percebe, já faz”, conta.

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Adriana e o marido Daniel: rotina para dividir tarefas e ter mais tempo com Fernando

Apesar de todos os percalços, Adriana comenta que a pandemia trouxe muitos benefícios – o principal, a convivência em família. “A gente precisa estar sempre aberto às mudanças, e ver a vida por outro ângulo é muito bom. Gosto de trabalhar fora, mas ter mais tempo para fazer um bolo, sentar à mesa com a família e passar mais tempo com meu filho são coisas que não têm preço.”

Além da mudança na rotina, a pandemia influenciou nos planos de viagem da família, programados para novembro. “Estamos analisando ainda o que fazer. Sei que não devemos nos privar de fazer as coisas, mas temos que ter cuidado com a vida.”

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