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Coronavírus

Pesquisa aponta que 12 mil foram infectados na região

Pesquisadores fizeram testes rápidos em 1.063 habitantes da região, distribuídos entre os 14 municípios integrantes do Cisvale

O Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale) divulgou nessa terça-feira, 13, os resultados da quarta e última etapa do estudo Covid-VRP, realizado em agosto e outubro. Pesquisadores da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) percorreram 14 municípios da região e realizaram testes rápidos na população, buscando identificar a prevalência do novo coronavírus. Diferentemente de outras pesquisas feitas pelos governos estadual e federal, foram testados também os moradores das zonas rurais, que em muitos municípios do Vale do Rio Pardo correspondem à grande maioria dos habitantes.

O principal objetivo da Covid-VRP foi verificar as características do contágio na região, dando atenção às especificidades e fornecendo aos gestores embasamento técnico para as tomadas de decisão em relação à pandemia. As três primeiras etapas foram quinzenais, enquanto a quarta e última teve um intervalo de 30 dias, a fim de dar mais tempo para que os já infectados produzissem anticorpos e pudessem ser detectados nos testes rápidos. A quantidade variou conforme a população de cada município.

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A precisão dos testes rápidos foi de 97% em média, com 3,6% de possibilidade de apresentar um falso resultado negativo e 2% para falso positivo. Das 1.063 pessoas examinadas nessa última fase, 36 apresentaram anticorpos, o que corresponde a uma prevalência de 3,4%. Chama a atenção o número de moradores das zonas rurais positivados, com 14 pessoas (39% do total), enquanto os outros 22 residem nas cidades. A média de habitantes por domicílio é de três pessoas.

Aplicando essa prevalência sobre a população total desses 14 municípios, que é de cerca de 350 mil habitantes, a estimativa é de 12.165 infectados – uma a cada 30 pessoas. A título de comparação, os números oficiais apontam 4.337 casos confirmados no Vale do Rio Pardo. Vale destacar também que desses 3,4%, 2,73% são anticorpos do tipo IgG, mostrando que a infecção pela Covid-19 ocorreu há mais de 30 dias pelo menos.

O médico infectologista Marcelo Carneiro, coordenador do estudo Covid-VRP, explica que, apesar de a oferta de testes ter se ampliado ao longo da pandemia, ela nunca foi universal, o que resultou em um número falso e baixo de casos. Em resumo, só foi contabilizado quem apresentou sintomas da doença e quem, eventualmente, foi testado em alguma das pesquisas de prevalência.

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Uso da máscara teve redução significativa

O uso da máscara pela população ao sair de casa, que esteve acima dos 90% nas três primeiras etapas do estudo, apresentou redução expressiva, ficando com 73,5% na última fase. Carneiro explica que a população percebeu a melhora nos indicadores de risco e, com isso, foi gradativamente reduzindo os cuidados, como o uso da máscara e o distanciamento social. Apesar de parecer um problema, essa “falta de cuidado” resultou em muitos casos assintomáticos, garantindo uma imunidade de rebanho natural.

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Entre os dados socioeconômicos apresentados, 88% dos pesquisados definiram-se como brancos e 81% utilizam jornal, rádio ou televisão para se informar a respeito da Covid-19. Quanto ao distanciamento social, 58% afirmaram fazer sempre que possível; destes, 67,8% são mulheres. 71% disseram sair de casa todos os dias para trabalhar ou realizar alguma atividade, 65% afirmaram ter renda de até três salários mínimos. Desde o início da pandemia, 5,8% dos entrevistados disseram que algum morador da casa perdeu o emprego e 19% tiveram suspensão do contrato de trabalho ou redução de jornada. Somente 3,8% procuraram atendimento médico nos últimos 30 dias por sintomas respiratórios.

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A letalidade estimada é de 0,5%, cinco vezes menor que a do Estado. A mortalidade por 100 mil habitantes também se destaca, sendo 2,8 vezes menor que a estadual. Com base nesses resultados, os pesquisadores puderam traçar um perfil da pandemia na região. Eles concluíram que reduziu-se o número de pessoas que ficam em isolamento total ou saem apenas para atividades essenciais; bem como houve queda na procura por serviços de saúde, diante de sintomas compatíveis com a Covid-19.

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