ads1 ads2
GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

A arte de fazer o bem

Uma caminhada pelas ruas de qualquer cidade, nesta época que antecede as festividades da reta final de ano, revela muitos extremos sociais e expõe elementos de reflexão suficientes para iluminar questões existenciais. Só mesmo abstraindo muito, alheando-se ao máximo do mundo, mergulhando numa fantasia virtual, para não enxergar. E para não pensar, para não se comprometer.

Menciono caminhada porque da distância conveniente do banco do carro ou do monitor de uma telinha os dias situados ao rés do chão, ao nível da realidade, turvam-se muito cômoda e prontamente ao cidadão do século 21. Quantas disparidades e que vazios por vezes imensos, quase inconciliáveis, separam as pessoas. E, no entanto, elas convivem a tão poucos metros umas das outras. 

ads6 Advertising

Publicidade

A véspera de Natal, pela proximidade do novo ano, no mundo ocidental, deveria ser especialmente propícia a fim de ajudar a “re-ligar” coração e mente. Esses dois polos (emoção e razão) precisam se iluminar mutuamente, para que sejamos um ser humano e não um ser insensível.

Pelas ruas, somos guiados ao consumo. Que precisamos consumir, não há dúvida. É condição de sobrevivência. Vamos ao mercado e ao comércio em busca da satisfação das necessidades, do corpo e da alma. Só que, por vezes, fixamos alvos por demais, digamos, materialistas. Acumulamos coisas fora de nós, em torno de nós, e nos regozijamos em ostentar o que reunimos, ainda que quase sempre se trate de mais do mesmo. 
Queremos cada vez mais; se nos derem chance, queremos tudo. Nem que, para isso, outros percam o que têm. Nem que saibamos, e sabemos, que o impulso egoísta ajuda a tornar a vida de todos mais insustentável, porque não há ambiente que o suporte. Desvia-se o olho: e o que não se vê a muitos já não toca.

ads7 Advertising

Publicidade

Logo ali está 2017. O que fazer? Ler um livro. Cultivar ao máximo as amizades. Valorizar a família. Respeitar os mais velhos. Fazer o bem, que o mal se recolherá. Apreciar o mundo que nos cerca. Apenas apreciar: não é preciso ser dono dele, que o importante mesmo é saber apreciar. Desligar o máximo possível o celular, o computador e a TV. E viver. O resto é exatamente isso: resto. O resto são coisas. E coisas não sentem.

ads9 Advertising

© 2021 Gazeta