A atração do espetáculo

Desde sempre, os seres humanos apreciam, sentem-se atraídos e mesmo necessitam do espetáculo, assim como do alimento. Basta lembrar a famosa frase latina, dita na Roma Antiga, “panis et circenses” (pão e circo/apresentações circenses, então com a conotação de apaziguar a população). Na atualidade, e bem perto de nós, os espetáculos ganham cada vez mais valorização quando vimos, por exemplo, ampliarem-se os grandes eventos e, em particular, os grandiosos desfiles em nossa comunidade, por meio do belo palco da nossa rua principal, revitalizada.

Já há quem identifique a cidade, em apelo turístico, como “Capital dos Eventos”, ou “dos Desfiles”, de tantos que nela se sucedem. Neste espaço, na mais recente coluna, testemunho e vivência pessoais destacaram o papel da promoção dentro da famosa Oktoberfest, na explosão de alegria e cores que proporciona, com o envolvimento direto da sociedade local e dos visitantes, sempre com muito público, das mais diferentes idades, como acontece há quatro décadas e se viu novamente na edição deste ano, tendo sucesso ainda maior na versão noturna.

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Poucos dias depois, um outro movimento, que também já completa 11 anos, a chamada “Procissão das Criaturas” fez comparecer milhares de pessoas e superlotar a via central, conforme curiosa observação pessoal. Ainda que enseje alguns posicionamentos antagônicos, a favor e contra, pelas mais diversas razões, não há como negar que atrai muita – e cada vez mais – gente, e famílias. Assim, independentemente de juízos de valores, consolida-se como mais um evento de grande envergadura e, dessa forma, necessariamente precisa ser encarado.

O certo é que, como já tem acontecido no transcurso dos anos, o calendário local inclui sempre mais datas com espetáculos, dos mais diferentes segmentos sociais, culturais, religiosos. Nessa direção, aproxima-se um desfile do já enraizado Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart), no mesmo endereço. E logo a seguir, em dezembro, o igualmente incorporado evento oficial “Christkindfest” estende sua programação outra vez para a esfuziante apresentação pela Rua Marechal Floriano (já um dia chamada de São Pedro).

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E puxando a brasa para o assado próprio, como diz o gaúcho, ou, no caso, saindo da rua para chegar ao palco interno, precisa ser divulgado outro espetáculo, que, por sua vez, requer maior concentração e ocorre ainda nesta semana (sábado, 15 de novembro, à noite, no Teatro do Mauá): a apresentação e gravação ao vivo do show dos 30 anos do Coral da Afubra (e 15 anos do seu Coro Masculino). Na condição de um dos integrantes, a expectativa é que, a exemplo do verificado normalmente nos seus encontros, o público fiel volte a prestigiar em grande número o seu marcante trabalho artístico-cultural.

Trata-se, é sempre bom lembrar, de arte típica de nossa gente, feita com toda dedicação e alegria pelos cantores componentes dos grupos, percorrendo já uma expressiva trajetória dentro da jornada de 70 anos da reconhecida associação brasileira de origem santa-cruzense. Ao mesmo tempo em que mostram algo que é tradicional, buscam sempre trazer inovações/surpresas, como esperam os seus apreciadores, além de transmitirem mensagens e sons que alimentam o coração e a alma. Assim, mesmo sendo mais seletivo, há muitas razões para entender que se realiza aqui, no melhor sentido, a atração do espetáculo.

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