Rudolf Genro Gessinger

A aviação comercial ficou mais perigosa?

Realmente chama atenção a quantidade de acidentes aéreos nos últimos meses, no Brasil e no resto do mundo.

Desde piá gosto muito de aviões. Leio, estudo e acompanho a aviação por hobby, de forma que amigos meus começaram a me perguntar se ficou mais perigoso viajar de avião.

A resposta é definitivamente não.

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Enfatizando, a aviação comercial dificilmente perderá o seu posto de meio de transporte mais seguro que existe. Sim, mesmo andar a pé é potencialmente mais letal, pois a chance de uma pessoa morrer atingida por um raio é maior do que morrer a bordo de uma aeronave comercial.

Até vou escrever em algarismos para explicitar melhor como é remota a chance de perder a vida num acidente aéreo: 1 em 11.000.000 (onze milhões).

Considerando que é improvável, por que tantos aviões têm caído?

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É precipitado tirar conclusões a partir dos noticiários, especialmente de coberturas no local do acidente. Um estudo aprofundado deve ser feito para apurar adequadamente toda a sequência de eventos que levou à tragédia.

Como toda grande catástrofe, os acidentes aéreos não acontecem simplesmente, pois são resultados de uma cadeia de eventos. As causas mais frequentes são erro humano e falha mecânica, sendo bem objetivo, mas vários fatores são estudados na investigação, que no nosso País é conduzida por um órgão da Força Aérea Brasileira (o Cenipa).

Portanto, quanto a esses últimos acidentes em São Paulo, Washington e Toronto, por exemplo, é mais confiável aguardar a divulgação dos relatórios finais das investigações. O que tenho certeza é que esses três acidentes não têm relação entre si e não tornarão a aviação comercial menos operacional ou menos segura. Pelo contrário.

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O avanço da tecnologia, tanto na navegação quanto nos sistemas de controle dos aviões, diminuiu exponencialmente a quantidade de acidentes nas últimas quatro décadas, pois estreitou a margem para erro humano e tornou melhores e mais rápidos os diagnósticos de eventuais falhas mecânicas.
Fora que o treinamento dos pilotos é rigoroso e rotineiro na aviação comercial, o que aumenta a confiabilidade e a segurança do transporte aéreo. Por mais amplo que seja o uso da tecnologia, ainda é indispensável a figura humana nos controles.

O senso de oportunidade e conveniência e uma análise mais otimista de determinados números são virtudes que o piloto automático ainda vai demorar para desenvolver.

A propósito, tem um brocardo da aviação que adotei como filosofia de vida: “Nunca permita que o avião leve você a um lugar onde sua cabeça não tenha chegado cinco minutos antes.”

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Ricardo Gais

Natural de Santa Cruz do Sul, Ricardo Luís Gais, 27 anos, é jornalista multimídia no time do Portal Gaz desde 2023.

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