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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

A dificuldade de fazer o correto

Há um estranho comportamento em curso no Brasil, de que compete investigar causas, motivações e decorrências. A pandemia fez surgir os “especialistas” ou “entendidos” em prevenção e proteção à saúde, ainda que não tenham se especializado em qualquer coisa assemelhada a doenças infectocontagiosas. Seria como consultar um pediatra em caso de problema cardíaco.

Assim, se coloca em risco ainda maior a saúde e até a vida de milhões de pessoas, propondo tratamento contra a Covid que o mundo inteiro já compreendeu que, infelizmente, não existe. E com produtos que, curiosamente, nunca foram receitados para outra doença infectocontagiosa. Vão frear logo uma pandemia? Citam artigos e estudos nunca levados a sério pelos conselhos aos quais devem estar vinculados e que se fabrica aos milhares na internet. Acreditam neles como talvez confiem em toda fake news que lhes chega. O empenho é tamanho que não seria despropósito desconfiar que está em curso um lobby de laboratórios. Não surpreenderia se adiante se descobrisse que o mote em questão nunca era saúde, mas dinheiro.

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O que acontece no Brasil faz lembrar de cena que se costuma citar no meio rural. Imagine-se um agricultor apavorado com sua lavoura de soja sendo arrasada por uma praga, que destrói as plantas e ameaça a safra. O vizinho recomenda urina de vaca, outro que espalhe cinzas, e outro ainda que borrife (a lavoura toda) com suco de limão. Assim as pragas iriam embora. Na verdade, só o que ele deveria fazer é consultar um engenheiro agrônomo, um especialista em praga, que indicará o defensivo correto, e orientará sobre o protocolo que melhor e mais rapidamente poderá salvar a plantação.

Aquela lavoura de soja é a sociedade brasileira diante da pandemia. Todos têm solução fácil, mas sem qualquer indicativo real de eficácia e sem se comprometer com o resultado final, ainda que possa ser nefasto. E, no entanto, só há uma coisa a fazer: redobrar os cuidados e obedecer os médicos especializados em doenças infectocontagiosas. Uma vez que o remédio a ser usado de forma ampla e universal na sociedade chama-se vacina (e esta vem sendo aplicada em ritmo ainda muito lento), só resta uma forma de prevenir a Covid-19: proteger-se, e evitar ao máximo as aglomerações. O resto é acreditar em passe de mágica, algo que nunca garantiu a saúde de ninguém, e nem há registro de que tenha salvado a economia em algum lugar. Bom final de semana! 

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