O Brasil possui 40 milhões de jovens com idade entre 15 e 24 anos. Garantir-lhes o bem-estar e um futuro promissor é hoje, possivelmente, o maior compromisso da sociedade brasileira.

É comovente e preocupante a crise de identidade (e ocupação) dessa geração. Os jovens estão carentes de caminhos e alternativas de inserção e constituição social e pessoal.

É uma tarefa complexa que ultrapassa o dever constitucional do Estado. É um desafio que alcança e envolve a consciência ética e a responsabilidade das famílias e da comunidade.

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A verdade é que não nos preparamos para seu acolhimento (a sociedade, a nação!), e nem dispomos de condições atuais para a sua realização.

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Não bastasse a notória incapacidade familiar no trato das questões domésticas, agregam-se ao problema o desemprego, a violência e o consumo de medicamentos e drogas, exemplos mais expressivos de nossa imprevidência. Podemos acrescentar à explosiva receita a precariedade e a descontinuidade educacional. Verso e reverso de um mesmo espelho!

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Para superar esse estado de marasmo e perplexidade, sucedem-se algumas (poucas) ações de mobilizações da juventude de caráter participativo.

Muito ajudaria o estabelecimento de uma linguagem comum à (caótica) modernidade, capaz de transformar-se numa espécie de portal de acesso.

Mas isso importa em estudar, compreender e ser tolerante com seus códigos de linguagem, seu senso estético e cultural, seus valores morais e éticos. Trata-se da construção dos meios de superação de sentimentos de conformismo, submissão e exclusão.

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O título. Édipo, personagem trágico do poeta grego Sófocles, deve salvar Tebas, uma cidade subjugada por uma esfinge (monstro mitológico) que ameaçava o povo de fome e de peste.

Édipo teria que resolver o enigma proposto pela esfinge. E pede ajuda ao adivinho Tirésias, que apesar de cego enxergava a verdade. Tirésias diz a Édipo:

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“– Os dois olhos que tens pouco adiantam, pois não vês a miséria que te cerca; em teus olhos, que pensas ver claro, contém uma treva irreversível.”

A esfinge está às nossas portas!

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Guilherme Andriolo

Nascido em 2005 em Santa Cruz do Sul, ingressou como estagiário no Portal Gaz logo no primeiro semestre de faculdade e desde então auxilia na produção de conteúdos multimídia.

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