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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

‘A Espera’ inspira-se na obra de Pirandello para falar da morte e do luto

Em A Espera, o diretor Piero Messina trabalha no que se poderia chamar de dramaturgia da ausência. Por isso, em suas cenas iniciais vemos um velório que se realiza num vilarejo no interior da Sicília. Anna (Juliette Binoche) está enterrando alguém, que não sabemos quem seja. Recebe as condolências de todos. 

No dia seguinte, chega à casa a jovem Jeanne (Lou de Laâge), namorada de Giuseppe, filho de Anna. Ela combinou com o rapaz de se encontrarem ali. Mas Giuseppe não está. E a mãe insiste com a moça para que fique, pois ele virá em breve. Não há outras pessoas na casa enorme, a não ser Anna, um velho empregado e, agora, Jeanne. O clima é de mistério e dor latente, que pulsa sem ser verbalizada.

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Existe uma “ambiência” pirandelliana clássica, feita de algum grau de absurdo, mandonismo, paisagens magníficas, sangue, mulheres enlutadas, tensão social e sexual reprimida. Ingredientes que têm seu sabor realçado por alguma dose de humor que, como outros condimentos, tem de ser usado com parcimônia para não desandar o prato. 

Esse clima, em parte, está presente em A Espera. Há um mistério em volta de tudo e não sabemos se Giuseppe voltará ou não. Neste caso, por que a mãe esconde o fato da namorada? Todos parecem saber de tudo, menos Jeanne, que acaba por se aproximar de Anna por alguns pontos comuns. A começar porque ambas são francesas. Depois, há entre elas um homem, Giuseppe, filho de uma, namorado de outra. É a ausência mais presente de todo o filme e estrutura a relação entre ambas. Boa estreia de Messina, num trabalho belo e um tanto frio.

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