Para quem estava com saudade das tramas engendradas da novelista Glória Perez, contenha a ansiedade e prepare-se: vem aí A Força do Querer, prevista para estrear em abril no horário das 21h, na Globo. O título da novela diz muito do que vem a ser essa nova empreitada da autora, mostrar que todo ser humano tem seus desejos, seus sonhos e, para realizá-los, tem de querer, ter força para superar as reviravoltas da vida.
A direção está a cargo de Rogério Gomes, o Papinha, e tem um elenco de peso: Juliana Paes, Rodrigo Lombardi, Isis Valverde, Marco Pigossi, Emílio Dantas, Fiuk, Dan Stulbach, Bruna Linzmeyer, Paolla Oliveira, Maria Fernanda Cândido, Lilia Cabral, Humberto Martins, Totia Meirelles, Edson Celulari, entre outros. A trupe começou a gravar as primeiras cenas no Pará, alternando com outras no Rio. As cidades, por sinal, serão a base da história – ou histórias.
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Como em toda trama escrita por Glória, os diversos personagens terão suas vidas ligadas de alguma forma. Sua novela anterior Salve Jorge, exibida em 2012, tinha como trama a questão do tráfico de mulheres. Dessa vez, o objetivo é mostrar como as pessoas correm atrás de seus quereres, seus sonhos, objetivos de vida. “Em todos os meus trabalhos, busquei sempre a dimensão do humano, e isso é universal. A trama tem a cara do brasileiro porque é passada no Brasil, e o modo como as pessoas vivenciam esses sentimentos, que porque são humanos, são universais, ganham um tempero diferente, dependendo da cultura onde estão sendo vividos”, explica Glória Perez.
Essa é primeira vez que o diretor Rogério Gomes trabalha com a novelista e ele afirma ter encontrado uma sintonia perfeita com a autora. “Talvez por ela escrever sozinha, não ter colaboradores, ela compartilha muito comigo, com os cabeças de equipe, figurinista, enfim, tornou-se uma grande parceira”, afirma Papinha.
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De qualquer forma, o cenário central será é a vila de Parazinho, é lá que vivem dois dos principais personagens, Ritinha (Isis Valverde) e Zeca (Marco Pigossi). Ela, uma sereia, filha de boto, como ela acredita; ele, um caminhoneiro, um cara correto. Como não podia ser diferente, os atores tiveram de se adaptar aos costumes da região, como a forma de falar, a culinária, o clima.
A trama, porém, começa no Rio de Janeiro, com Bibi, personagem de Juliana Paes, não aceitando que o namorado Caio (Rodrigo Lombardi) recuse ser administrador de uma empresa de transportes e, por isso, termina o relacionamento. É aí que o rapaz decide viajar para os Estados Unidos, ficando por lá 15 anos. Quando retorna, encontra Bibi casada com Rubinho (Emílio Dantas), mas a vida dela não seguiu pela retidão. São as escolhas de cada um surgindo logo no início.
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A trama principal está montada – todos querem ser felizes, buscar seus sonhos, desejos. “A novela da Glória fala sobre a força do querer, o que são os quereres de cada personagem, mostra todos lutando. O querer do Zeca é muito simples: ele é de um pequeno vilarejo, uma pessoa simples e é lá que ele mora, onde está sua família, é lá que ele quer ficar”, conta Marco Pigossi, que interpreta o caminhoneiro, que tem um caminhão como companheiro, sua grande conquista. “O caminhão é o melhor amigo dele, seu xodó. Eles passam muito tempo juntos fora de casa. Zeca quer pegar a estrada, fazer seu trabalho e voltar para casa, para seu amor, Ritinha, mas aí surge o conflito, pois o desejo dela é conhecer o mundo e ele quer ficar ali”, diz o ator
Já a personagem de Isis Valverde tem outro olhar para a vida, outros sonhos. “Rita desconhece as palavras ‘poder’ e ‘dominação’, está além dos limites sociais e morais que conhecemos, não porque ela os ignora e sim porque simplesmente os desconhece. Tudo nela é fluido, instintivo e indomável. Ritinha é uma força da natureza que age conforme o instinto manda. Vai até onde ela deseja, até onde sua força do querer grita, sendo filha de um boto e desconhecendo a moralidade e a ética humana, se isenta naturalmente de qualquer julgamento”, esclarece Isis.
Como todos os atores que integram o núcleo de Parazinho, Isis fala de algumas curiosidades da sua personagem e de como se adaptou aos costumes locais. “No início, a gíria ‘égua’ soava estranha para mim, mas com o tempo comecei a falar mais naturalmente e até me divertia com a expressão”, diz. “Aprender a ser sereia, com cauda e tudo, fazer apneia e todos os movimentos embaixo d’água, sem esquecer o mistério que ela carrega e acima de tudo a dubiedade de Rita que me intriga e fascina.”
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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.