Cultura e Lazer

“A Hora do Mal”: Gazeta conferiu o filme de terror mais comentado do momento

Esta é uma história real que ocorreu na minha cidade. Era uma quarta-feira normal para toda a escola. Mas ali foi diferente. Todas as outras turmas estavam com todas as crianças, mas a sala da professora Gandy estava totalmente vazia. E você sabe o motivo? Porque na noite anterior, às 2h17, todas as crianças acordaram, saíram da cama, desceram as escadas em direção à escuridão… e nunca mais voltaram.”

A intrigante e aterradora narração – feita por uma criança, o que torna tudo ainda mais assombroso – abre A Hora do Mal, filme de terror em cartaz no Cine Max Brasil. Dirigido por Zach Cregger (Noites Brutais), a obra apresenta uma narrativa não linear para ampliar o mistério em torno do desaparecimento de 17 dos 18 estudantes de uma turma escolar. 

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Similar a Rashomon, clássico japonês de Akira Kurosawa – no qual quatro testemunhas dão sua versão sobre o assassinato de um samurai –, acompanhamos o desenrolar da trama sobre o ponto de vista de seis personagens. Justine (Julie Garner, vista recentemente em Quarteto Fantástico), a professora responsável pela classe na qual tudo ocorreu, sofre ameaças da comunidade escolar, que a acusa de ser responsável pelo ocorrido.

Já Archer (Josh Brolin), pai de Matthew, tem sua vida completamente impactada desde o desaparecimento do filho. Quando acompanhamos sua história, descobrimos que ele dorme no quarto do adolescente. E assiste compulsivamente ao vídeo no qual o garoto sai correndo de casa, com os braços abertos, até ser consumido pela escuridão.

Os dois arcos são os pontos altos da trama, sobretudo por alimentar a ansiedade do público em descobrir o mistério por trás do desaparecimento. As revelações surgem logo no próximo, desenrolando-se à medida que a trama chega ao final. Em Noites Brutais, seu primeiro longa-metragem, Cregger já havia demonstrado uma habilidade para criar suspense e tensão ao propor um cenário de incertezas. Nesse sentido, a evolução é notável em A Hora do Mal.

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Mas, assim como no trabalho anterior, há também uma quebra de expectativa quando o diretor decide finalmente desvelar o enigma. Para muitos, foi um golpe de mestre, enquanto para outros uma jogada malabarista sem sentido.

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Agora, Cregger parece arriscar ainda mais e aposta em uma saída que, embora possa ser coerente para o contexto apresentado, soa absurda. E torna-se ainda mais maluca conforme chegamos aos minutos finais.
Tal decisão criativa parece ter sido abraçada pelo público e, especialmente, pela crítica, que anuncia A Hora do Mal como o melhor filme de terror do ano (em um ano em que tivemos Pecadores e Extermínio 3 – A Extinção). Ao que tudo indica, Cregger se consolida como um ilusionista capaz de entregar um show de mágica satisfatório.

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Há, no entanto, um risco para o espectador desavisado que irá aos cinemas devido às críticas e ao boca-a-boca entusiasmado. Não há dúvidas do poder encantador de A Hora do Mal. Embora existam aqueles que correram para assisti-lo de braços abertos, da mesma forma que os alunos da professora Gandy, há o risco de se sentir perdido e frustrado em meio à escuridão.

Onde assistir:

  • Cine Max Brasil – Sala 2:
  • 14 horas, 18h30 e 21 horas (2D, dublado)

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Julian Kober

É jornalista de geral e atua na profissão há dez anos. Possui bacharel em jornalismo (Unisinos) e trabalhou em grupos de comunicação de diversas cidades do Rio Grande do Sul.

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