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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

A importância da reserva estratégica

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Em maior ou menor grau, todos nós certamente já tivemos que efetuar ajustes e mudanças em nossas vidas, na área pessoal, familiar, profissional, religiosa, social, de lazer e, é claro, na financeira, em decorrência dos desdobramentos da epidemia do novo coronavírus. Além disso, com quase 6 meses de distanciamento social, com restrições em praticamente todas as áreas, impostas por prefeitos e governadores, as pessoas estão cada vez mais impacientes, revoltadas e desejosas de voltar ao “normal”. Não falta quem questione ou até condene a oportunidade e validade dessas ações, simplesmente as ignorando, como mostram imagens e vídeos de praias lotadas e festas clandestinas.

Na área financeira, a atual situação possivelmente fará muitas pessoas pensarem mais nos seus hábitos de consumo e, eventualmente, em como sua relação com o dinheiro estava errada; em alguns casos, complicada ou até desastrada. Com o isolamento, muitas pessoas têm aproveitado para revisar sua maneira de consumir.

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Das muitas lições que se pode tirar dessa situação provocada pela pandemia da Covid-19, uma é a necessidade que as pessoas e famílias têm de dispor de uma reserva financeira para enfrentar imprevistos, maus e até bons que costumam acontecer na vida da gente, só não sabemos quando. Muitos especialistas denominam de reserva de emergência; outros, de reserva de segurança. Como as palavras tem significado e poder de realização, podendo atrair situações negativas, o mais apropriado é chamar de reserva estratégica, como a denomina o Phd e mentor da DSOP Educação Financeira, Reinaldo Domingos.

A pesquisa “Raio X do Investidor Brasileiro”, realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais – Anbima – com o Datafolha, mostrou que 42 milhões de brasileiros tinham algum tipo de aplicação no mercado financeiro em 2019. Apesar do número expressivo, isto equivale a menos da metade da população economicamente ativa. Pior: outra pesquisa Datafolha, de abril, constatou que só 28% dos brasileiros tinham reservas para se sustentar por mais de três meses, caso tivessem salários reduzidos, contratos de prestação de serviços cancelados, negócios paralisados ou até mesmo fossem demitidos.

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O problema é que, nessa situação, qualquer imprevisto que requer maior necessidade de dinheiro, pode complicar a vida do cidadão. Reinaldo Domingos, citado anteriormente, identificou essa dificuldade dos brasileiros e sugere uma metodologia que visa justamente vencer o problema. Na elaboração do orçamento pessoal ou familiar, antes de prever os gastos normais do mês, devem ser definidos e reservados valores para as seguintes finalidades:
– longevidade: o que até há pouco tempo era um “luxo”, hoje é uma necessidade cada vez maior formar uma reserva para o tempo da aposentadoria porque, felizmente, estamos vivendo mais tempo, aplicando em planos de previdência, fundos de investimento, imóveis para alugar, enfim, investimentos que gerem renda passiva;
– sonhos: objetivos de curto, médio e longo prazo;
– prestações de dívidas e compromissos já assumidos: prestações da casa, do carro, de lojas, de consórcios, etc.;
– reserva estratégica.

Assim, o indivíduo ou a família passam a viver com o que sobrar da renda líquida, o que constitui o seu verdadeiro padrão de vida.

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Então, além de custear as despesas normais e manter em dia compromissos financeiros, durante um período de redução ou perda total de receita, a reserva estratégica pode ser usada, também, para consertos (eletrodomésticos, eletrônicos, encanamentos, carro, etc), presentes, mudança de emprego, enfim, para qualquer despesa não prevista. O que não se pode é usar a reserva estratégica para férias, viagens e passeios, cujas realizações e custos devem ser planejados antecipadamente e previstos nos “sonhos”.

O fundo financeiro estratégico deve ser um valor suficiente para cobrir todos os gastos médios mensais, incluídos os valores para longevidade, sonhos e compromissos financeiros, de, no mínimo três meses, sendo o ideal de 6 meses a um ano. Se o custo mensal de uma família for, por exemplo, de R$ 2 mil reais ao mês, a reserva estratégica deveria ser de, no mínimo, R$ 6 mil reais; o ideal seria de R$ 24 mil reais.

Por fim, sob que forma e onde guardar essa reserva estratégica? Três características são fundamentais:
1ª) a reserva estratégica precisa ter liquidez imediata, quer dizer, estar disponível para qualquer eventualidade;
2ª) segurança elevada (baixo risco);
3ª) alguma rentabilidade: com a taxa básica de juros (Selic) em 2% ao ano, nível mais baixo já ocorrido no Brasil, a tradicional poupança ficou negativa (rende menos que a inflação que também é baixa), o que significa que o investimento, mantidas as condições atuais, vai perdendo valor); a recomendação, então, é pesquisar outros investimentos, como o Tesouro Direto, Fundos de renda fixa e CDBs.

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