“Não espere um avião cair para dizer eu te amo para alguém; não espere um avião cair para perdoar.” São palavras do zagueiro Neto, sobrevivente do desastre aéreo que vitimou quase todo o time da Chapecoense.

Essa frase me marcou bastante na época. Concluí que homenagens devem ser feitas às pessoas que amamos em vida, pois só assim cumprem o seu propósito.

Hoje minha homenagem vai para Maristela Genro Gessinger, a mulher que me deu a vida e a quem passo a me dirigir.

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Nessa última segunda-feira, completaste 60 anos. Já faz metade da tua vida, portanto, que és minha mãe!
Por todo esse tempo, sempre fomos amigos antes de mais nada. Tu me ensinaste a ser homem e a ser gaúcho.

Também me explicaste que, um pouco antes do meu aniversário, tem uma data muito importante: o Dia Internacional da Mulher. É ensolarado o teu sorriso quando te dou parabéns todo dia 8 de março.
Sem deixar de ser feminina e sempre carregando o instinto de cuidado de uma mãe, foste a silente e eficaz organizadora nas vidas do teu pai, dos teus chefes, do teu filho e do teu marido.

Quando estudei os conceitos de razoabilidade e de proporcionalidade nas aulas de Direito Constitucional, entendi como tu pensas. Sabes moderar tua força e tens uma paciência infinita.

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Faz parte da tua educação repudiar exageros e desperdícios. Não reclamar, mesmo enxergando as coisas de uma forma crítica, foi uma das lições que aprendi mais pelo teu exemplo do que pelas tuas palavras.
Acho que sempre recebi muito bem tuas dicas e conselhos. Se hoje eu sei analisar documentos; usar a língua portuguesa; dirigir bem; escolher, temperar e assar carnes foi porque melhorei a partir de correções tuas.

O tempo consumido nas estradas indo para Porto Alegre e de lá voltando custou algum tempo do nosso convívio, mas não significou ausência, pelo menos não para mim. Sempre me senti amado por ti porque acompanhas o que está acontecendo na minha vida, conheces meus amigos e sabes quais são os meus sonhos.

Tua insistência em eu começar a estudar inglês e em não desistir de tocar violino fez uma diferença imensurável no meu desenvolvimento pessoal: muito obrigado, valeu a pena!

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Te amarei eternamente e serei grato não só por teres me dado a vida, mas principalmente por todos as renúncias que fizeste em prol da minha mais plena felicidade. Isso só me dá certeza de que não existe nada mais puro nem mais forte do que o amor de mãe.

Seguido a gente vai noite adentro conversando e esses momentos são tudo de bom. Que façamos isso por muitos anos ainda!


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Ricardo Gais

Natural de Santa Cruz do Sul, Ricardo Luís Gais, 27 anos, é jornalista multimídia no time do Portal Gaz desde 2023.

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Ricardo Gais

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