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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

‘A sociedade tem de apoiar a mulher na amamentação’, diz epidemiologista

O professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Cesar Victora, de 65 anos, está entre os sete cientistas que receberam a mais importante premiação científica do Canadá, o Prêmio Gairdner. Ganhadores desse título são considerados como potenciais candidatos à indicação para o Prêmio Nobel. O título foi concedido em reconhecimento ao conjunto de estudos sobre amamentação e nutrição materno-infantil. O epidemiologista brasileiro liderou uma pesquisa, iniciada nos anos 1980, considerada um divisor de águas na área de alimentação infantil.

Ao iniciar o estudo sobre amamentação exclusiva, o senhor imaginava obter esse resultado?

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O resultado foi uniforme entre todas as classes sociais?

Não. Avaliamos todas as mortes por diarreia ocorridas em Pelotas e Porto Alegre durante um período. Ao todo, foram 170, a maioria em população pobre, moradora de favelas. Mas a recomendação foi para a população em geral. O efeito é tão importante que mesmo países ricos passaram a recomendar essa estratégia, pois a oferta de líquidos diminui a produção de leite e a amamentação fica mais curta.

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Os números que dispomos são antigos, de 2007. Mas sabemos que mais ou menos metade das crianças brasileiras tem aleitamento exclusivo até os seis meses. É o tal copo meio cheio, meio vazio. Quando comecei a estudar o assunto, nos anos 80, essa taxa era zero. Estamos na direção certa.

Está havendo demora em se elevar esses indicadores?

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As taxas de cesárea no Brasil continuam altas. Isso pode afetar a amamentação?

É importante que a amamentação comece na primeira hora após o nascimento, e a cesárea atrapalha o processo. Não é impossível colocar o bebê no seio da mãe durante a cesárea, mas é difícil.

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