Estudos e denúncias acerca das incoerências e injustiças patrocinadas por nossa estrutura tributária são antigos, persistentes e (quase) unânimes. A desproporção entre a arrecadação de tributos e a qualidade da prestação de serviços públicos tem alimentado um ambiente de crescente insatisfação.
Logo, compreende-se o surgimento e crescimento do presente movimento dos caminhoneiros e o respectivo apoio público. Apoio que não se restringe à respectiva classe profissional e suas reivindicações, mas revela a profundeza e latência da inconformidade social.
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Não se trata de desqualificar as discussões e reivindicações. Mas essa é uma paralisação liderada por empresas transportadoras. Uma ação patronal. Estamos diante de um gravíssimo e desumano crime contra a sociedade e a economia nacional. Desabastecimento é crime de lesa-pátria. Uma conta amarga que será paga por toda a população!
Em defesa dos autores, admita-se apenas a hipótese de descontrole e surpresa quanto ao tamanho, intensidade e confusão que a paralisação alcançou e realizou.
Pior: agora a paralisação e agitação persistem à conta dos oportunistas. Para hoje está prometida a paralisação nacional por três dias dos petroleiros, subordinados à CUT.
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Não há consequência sem causa. E não há consequências sem efeitos colaterais. Não surpreende que entre os caminhoneiros (e a população) haja expressivo apoio ao candidato presidencial Bolsonaro, de vertente conservadora e militar.
E nem adianta reclamar de Temer ou recordar os erros de Dilma. Que não renunciou por orgulho e arrogância. Tivesse renunciado, teria poupado a nação do processo de impeachment e precipitado as necessárias mudanças na política econômica e adaptações orçamentárias (da Petrobras, por exemplo).
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