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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

A sucessão familiar

Na coluna passada, relatava as dificuldades de gestão de uma empresa rural. Realmente, em plena época de “just in time” e automação, a pecuária lida com muitas variáveis. Cada gleba de campo tem sua vocação, há zonas de frequentes secas, o pecuarista tem muito estoque  (algo que  pode soar estranho a urbanos) e estoque VIVO. Vale dizer, se você têm 2 mil vacas com cria ao pé, nada impede que  perca  várias por causa de raios, ou ingestão de uma erva venenosa, abigeato, essas coisas. E o problema das secas? Muitos acham que somos chorões. “Mas por que vocês não implantam a irrigação?” Pela prosaica razão de que nem todos os campos se prestam à sua instalação. Mais: nossa moeda é o quilo do boi gordo ou, como falam no restante do País, a arroba. E a margem de lucro não é grande. O atravessador, esse sim lucra bem. Hoje nos pagam um pouco menos de 5 reais por quilo de  boi gordo . E quanto custa um quilo de picanha no açougue?

Ademais, a pecuária requer uma mão de obra cada vez mais difícil de se encontrar. A lida de campo é bruta e sacrificada, e as pessoas preferem ganhar menos e morar nas cidades. 

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Hoje vejo solarmente que não dá para o dono de uma propriedade média morar muito longe dela. Não dá mais para criar sem inseminação artificial e transferência de embriões. Não vou dizer que seja impossível, mas é quase inviável a pecuária, sem consorciar com agricultura.

E aí vem o problema da sucessão familiar. Chega um tempo em que você tem que passar o bastão. E para quem? E se nenhum filho se presta a tal por ter outros e até melhores interesses? A saída é a Parceria Rural, ao menos num primeiro momento. Você convida um parceiro com liquidez e “expertise”, faz um contrato minucioso e sua propriedade vai poder aportar modernas técnicas, aumentando sobremaneira a produtividade.

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E cantarole a canção ‘Veterano”:

Está findando meu tempo
A tarde encerra mais cedo
Meu mundo ficou pequeno
E eu sou menor do que penso
O bagual tá mais ligeiro
O braço fraqueja às vezes
Demoro mais do que quero
Mas alço a perna sem medo

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