Sizane Gonçalves espera por justiça e deseja que todos os réus tenham penas pesadas
Um crime brutal que foi planejado e premeditado a sangue-frio. Nesta quinta-feira, 25, a partir das 9h30, o Tribunal do Júri de Vera Cruz iniciará o julgamento de Carlos Rech, 51 anos, Mauricio da Rosa Schmitz, 29, Norton Augusto de Souza, 34, e Tamara Cristina da Silva, 29. Eles sentarão no banco dos réus como acusados pela morte do montador de móveis Maicon Natan Gonçalves Marques, 32 anos, assassinado a tiros na noite de 8 de novembro de 2022.
A acusação contra os réus será feita pela promotora Maria Fernanda Cassol Moreira e a defesa, pelos advogados Guilherme de Souza Centeno (Carlos Rech), Paulo Cesar da Silva (Mauricio Schmitz), Maira Line Costa (Norton Souza) e Felix Rosalino Gomes de Avila (Tamara Silva). A família da vítima no júri estará representada pelo advogado Marco Antônio Iser, que atuará como assistente de acusação durante o julgamento. A sessão será presidida pela juíza Fernanda Resende Spenner.
RELEMBRE:
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Mãe de Maicon, a doceira Sizane do Amaral Gonçalves, conhecida por Tita, expressa a dor e a incredulidade da família. “Desde o crime, estamos destruídos. O tempo passa, mas não apaga a falta dele. Nunca imaginamos que a pessoa que tínhamos na família, que eu tinha como filha, poderia fazer isso”, desabafa.
Ela ressalta que o filho era um ótimo pai para seus dois meninos – um de 16 anos, de um primeiro relacionamento, e outro de 5 anos, fruto da relação com Tamara.
Tita lembra que Maicon e Tamara estavam juntos há seis anos e moravam na localidade de Arroio Grande, no interior de Candelária. Durante a semana, ele ficava na casa da mãe devido ao trabalho e ia para casa somente aos fins de semana.
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RELEMBRE:
Sobre a ex-nora, Tita conta que se dava bem com a mulher. “Após a morte dele, ela deixou uma mensagem na minha agenda dizendo que eu era mais do que uma mãe para ela e que me amava. Isso é coisa de psicopata”, acredita.
Sobre o julgamento, ela espera que se faça justiça pela morte do filho. “Quero que eles tenham penas pesadas. A Tamara era uma pessoa que eu tinha como filha, de tanto que eu gostava dela. Não está sendo fácil. A vida do meu filho valeu R$ 1 mil”, diz a mãe, enfatizando que espera por justiça. “Preciso disso para acalmar meu coração.”
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Após a tragédia, a mãe continua tocando a vida para cuidar do neto de 5 anos, fruto da relação do casal. “Preciso cuidar dele para se criar uma pessoa boa e ser um grande homem.” A avó confirma que irá lutar para ter a guarda definitiva da criança após o julgamento.
Os quatro réus foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio triplamente qualificado por emboscada, motivo torpe que dificultou a defesa da vítima e mediante promessa de pagamento. O embasamento veio do inquérito realizado na época pela delegada Lisandra de Castro de Carvalho, titular da delegacia de Vera Cruz. A investigação descobriu que o crime foi orquestrado por Tamara e Carlos, ex-padrasto da mulher. O motivo foi a vítima ter supostamente cometido traições e agressões contra a companheira.
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Em depoimento, Tamara confessou ter pago R$ 1 mil para Mauricio, um amigo de infância dela e primo de Carlos, para que contratasse um matador para executar o marido. Eles acionaram Norton para cometer o crime. Sob pretexto de montar uma estante, Mauricio contatou a vítima, que estava na casa da avó, em Vera Cruz.
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Maicon foi de moto, uma Honda CBX 200 Strada, e ao chegar no local – uma estrada vicinal de Rincão da Serra – encontrou Norton, que estava parado com um veículo com o capô aberto, simulando um problema mecânico. Ao tirar o capacete, Maicon foi alvejado com vários tiros na cabeça e peito. O corpo foi encontrado no local somente na manhã do dia seguinte. A moto e pertences da vítima foram roubados. A Honda foi encontrada no dia 21 de novembro em Linha Tapera, interior de Vera Cruz, sem placa e com chassi raspado.
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Mauricio e Norton foram presos alguns dias após o crime no Bairro Cipriano de Oliveira, em Vera Cruz, e estão no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul. Tamara se apresentou para prestar depoimento no dia 5 de dezembro de 2022 e foi presa. Ela aguarda julgamento no Presídio Estadual de Lajeado.
RELEMBRE: Primeiras sete testemunhas prestam depoimento sobre caso de homicídio
Carlos Rech, ex-padrasto de Tamara, foi identificado como um dos mandantes do crime. Ele havia sido condenado por outro crime e na época cumpria pena restritiva de liberdade, mediante monitoramento por tornozeleira eletrônica.
Os policiais civis encontraram Rech em uma propriedade rural em Linha Passa Sete, interior de Candelária, mas ele conseguiu fugir e se esconder em uma área de mata. Foi localizado e preso em 23 de janeiro de 2023, após ser picado por uma cobra e se apresentar espontaneamente. Ele segue no Presídio Estadual de Candelária.
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