ads1 ads2
GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Ação questiona divulgação de lista das creches

A Prefeitura de Santa Cruz decidiu ir à Justiça para suspender a lei que obriga a divulgação da lista de espera por vagas na rede municipal de educação infantil. De autoria do vereador de oposição Luís Ruas (PTB), a regra está em vigor desde o fim de abril.

A lei, que prevê a divulgação tanto na internet quanto nas próprias escolas, foi aprovada no dia 6 de março pelos vereadores, mas não chegou a ser sancionada ou vetada pelo prefeito Telmo Kirst (PP). Como o prazo legal venceu, coube ao presidente do Legislativo, Paulo Lersch (PT), fazer a promulgação.

ads6 Advertising

Publicidade

Procurado, Ruas lamentou a decisão do governo e disse que irá cobrar o cumprimento da lei até o julgamento da Adin. “Transparência é dever dos governantes e é fundamental que a população tenha essa informação. Não entendo por que o prefeito não quer”, criticou.

A diferença

ads7 Advertising
site oficial do Município. A lei foi proposta pelos vereadores Alex Knak (PMDB) e Luís Ruas (PTB). Segundo o procurador César Cechinato, nesse caso a regra não incorre em inconstitucionalidade porque não há geração de despesas para o Executivo.

Publicidade

O QUE DIZ A LEI

  1. A Prefeitura é obrigada a divulgar a lista de espera por vagas na rede municipal de ensino, incluindo nome do requerente, número de protocolo, data e hora da inscrição e unidade pretendida.
  2. A lei prevê que a lista seja afixada em local “bem visível” em todas as escolas, além de ser disponibilizada na página oficial da Prefeitura na internet.
  3. O governo fica obrigado a atualizar a lista “imediatamente, sempre que houver alteração na disponibilidade de vagas”.
  4. Um artigo também prevê que seja feito um “estudo socioeconômico minucioso de todo requerente” e que sejam priorizados, na distribuição das vagas, os que estão em piores condições socioeconômicas.

Governo garante que não é contra e promete divulgar

ads8 Advertising

Publicidade

De acordo com a nota, porém, a implantação desse sistema exige a criação de um departamento próprio. “O sistema de computador que utilizamos hoje não possibilita a divulgação da lista sem que se invada a privacidade das pessoas. Hoje os relatórios saem com nome da criança, que é menor de idade, e a renda das famílias. Não podemos sair simplesmente jogando esses dados na rede e expondo a vida das pessoas”, diz o texto.

Segundo a Secretaria Municipal de Educação, a atual demanda manifesta por vagas nas creches chega a 682 pessoas. O número, porém, pode aumentar quando for aberto o período de inscrições.

“É uma informação relevante”, diz especialista

Publicidade

Na avaliação da coordenadora de projetos da ONG Transparência Brasil, Juliana Sakai, embora a legislação assegure o sigilo de certas informações, em princípio não há o que justifique a não divulgação da lista de espera por vagas na educação infantil pela Prefeitura. 

Segundo ela, tornar pública essa relação permite à população um controle maior sobre o processo, evitando abusos ou irregularidades. “As pessoas querem saber em que lugar estão na fila, há quanto tempo estão aguardando e se há eventualmente algum privilégio na ocupação dessas vagas. É uma informação relevante, não faz sentido negar”, analisou.

Juliana lembra que a relação nominal de beneficiários de políticas sociais – como o Bolsa Família, por exemplo – já é divulgada há vários anos e há formas de fazer essa publicidade sem expor as pessoas. Ainda segundo ela, o custo da implantação de ferramentas de transparência no serviço público não é elevado e o acesso à informação é um direito constitucional dos cidadãos. “Se um governo nega essas informações, está agindo contra os próprios princípios. Um governo preocupado em ser transparente tem que abrir as informações”, disse.

Publicidade

ads9 Advertising

© 2021 Gazeta