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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

AJUSTE FISCAL – Por que chegamos a isso?

Desde o início deste ano, quando a presidente Dilma começava seu  segundo mandato, o assunto que está presente  permanentemente na imprensa, concorrendo com as notícias da operação lava-jato, é o ajuste fiscal que o governo federal está querendo ou precisa promover. Agora, então, com a retirada do investment grade, pela agência de classificação Standard & Poors, o que significa que o Brasil é considerado um potencial caloteiro, este ajuste  tornou-se ainda mais imperioso  e urgente.  Embora alguns especialistas avaliem que, na verdade,  trata-se apenas de um  processo recessivo para se chegar, num segundo momento que não se sabe quando,  ao ajuste fiscal, o fato é que as consequências e, principalmente, os indícios  estão cada vez mais aparentes. No dia 02/09/2015, observando o movimento do aeroporto Salgado Filho, além de várias lojas e restaurantes  fechados,  é visível o movimento menor de tempos mais recentes. Na avaliação do ex-presidente Lula, deve ser consequência de alguma praga rogada pelas elites brasileiras que, segundo ele, “ não gostam que pobre ande de avião…”  Pode até ser que estejamos apenas  numa “travessia”,  conforme insiste  a presidente Dilma,  mas, infelizmente,  deve ser mais longa,  demorada e dolorida do que querem nos fazer acreditar.

O governo  do estado do RS, por sua vez, também, está fazendo ajustes que, principalmente, funcionários e servidores públicos gaúchos  já estão sentindo no bolso,  com o parcelamento de seus salários. Independente dos motivos que levaram o governo estadual  a promover  ações tão radicais e desgastantes para sua imagem – muitas pessoas dizem tratar-se de simples “terrorismo político” e que existiriam outras alternativas -, parece que o caixa do Rio Grande do Sul está “na rapa”. Além do mais, não existe mais margem para novos empréstimos, comprometida que foi em governos anteriores. Por isso, greves como as que estão sendo realizadas nos serviços públicos, a maioria essenciais, e no magistério público estadual  em nada ajudam neste momento difícil, com o agravante de prejudicarem ainda mais a população.

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Estamos assistindo,  ouvindo e lendo, frequentemente, a presidente Dilma apelando a políticos para que aprovem suas propostas. No início do ano, o governo federal chegou a veicular uma campanha publicitária, criada para justificar e  “esclarecer”  a população sobre as medidas do ajuste fiscal. Fazendo menção à dona de casa que, quando gasta demais, precisa fazer alguns cortes, a peça publicitária dizia que o governo teria que fazer alguns ajustes para garantir os direitos e melhorias já conquistadas pelos trabalhadores e o país continuar a crescer. Baseado no tripé que é a marca registrada do governo petista, nos últimos 12 anos – incompetência, corrupção e mentira -, mais uma vez tentou-se enganar o povo. Quem via e/ou ouvia a propaganda oficial, sem nenhum conhecimento de causa ou informação, poderia pensar que, de repente, no início deste ano de 2015, o Brasil foi acometido por uma crise econômica que, de acordo com a presidente Dilma, seria consequência, ainda,  da crise internacional de 2008 e da falta de chuvas, em várias regiões do país. Tudo muito simples, um capricho dos deuses para castigar o Brasil!  Menos mal que um juiz federal de Brasília mandou suspender a veiculação por entender que o conteúdo não condizia com a realidade.   Esta crise, quer a presidente Dilma queira, ou não, é made in Brazil, quer dizer ela foi sendo gerada pelo governo federal, nos últimos 12 anos. E como se chegou a isso?

É sabido que os políticos tendem a “manipular” a economia às vésperas de eleições. Isso não acontece só em nosso país, em todas as instâncias;  no mundo inteiro é assim. Os economistas  Alberto Alesina e Nouriel Roubini testaram empiricamente as variações teóricas do que se chama de Ciclo Econômico Político. Eles constataram uma maior  expansão dos gastos públicos  no período das eleições, que,  posteriormente, gera inflação  e corte de gastos tão logo encerrado o pleito. É o que aconteceu no Brasil. Só o Fies, por exemplo, um dos grandes carros-chefes  de propaganda na última eleição,  durante os quatro anos do primeiro mandato da presidente Dilma acumulou 14 bilhões de reais. O detalhe é que daquele valor, 13,75 bilhões de reais foram gastos só no ano de 2014, ano das eleições eleitorais, como todos sabem,  numa prova inconteste, portanto,  de que o programa foi usado com fins eleitoreiros mesmo. E tem gente que enche a boca ou escreve com tinta forte que o resultado da última eleição para presidente  foi legítimo… Este é apenas um exemplo de como se quebrou o país, sem considerar outros programas sociais sem lastro, gastos exorbitantes com obras públicas, financiamentos de obras em outros países, além dos gastos com a Copa do Mundo, no ano passado,  e a Olimpíada de  2016. O resumo da ópera é que, em seu primeiro mandato, a presidente Dilma gastou o equivalente  aos 12 anos anteriores, o que inclui o segundo mandato de FHC e os dois de Lula. Por mais que os programas sociais e gastos públicos sem limites  tenham melhorado a vida de milhares de pessoa, tudo isso é muito pouco. Não se constrói uma grande nação simplesmente distribuindo bolsas e dinheiro para grandes empresas, através de contratos superfaturados ou isenções fiscais.

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