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Ajuste na coalizão

O presidente acaba de dar uma arrumação entre seus auxiliares, na busca de melhores resultados. Na reunião ministerial de abril do ano passado, havia criticado os ministros da Justiça e Defesa, queixa que se tornou pública por ordem de Celso de Melo. Um ano depois, a queixa continuou atual. Semana passada, o advogado-geral deixara Bolsonaro assinar sozinho a Adin contra o toque de recolher. Deixou o presidente no pincel sem escada, e perdeu o lugar. O presidente aproveitou para conduzir o ministro da Justiça de volta para a AGU e nomeou um delegado da Polícia Federal para a Justiça – que, na prática, é Segurança. Com esses movimentos, buscou mais dinamismo nessas três áreas.

Ernesto Araújo foi fritado pelo Senado e entregou o cargo para não prejudicar as relações do presidente com a Câmara Alta. A conversa de Lira e Pacheco com dez empresários em São Paulo foi fatal para o chanceler. Agora os empresários vão conversar com o presidente. Para o lugar de Araújo, vai o chefe da assessoria especial de Bolsonaro, embaixador Carlos Alberto Franco França, um goiano de 56 anos que está há 30 no Itamaraty. Já serviu em Washington e trabalhou anos no Palácio do Planalto com os presidentes Fernando Henrique, Dilma e Temer. Cortês, fiel, discreto e, sobretudo, pragmático. Ainda na sexta-feira fazia para o presidente um balanço da América do Sul, antes da conversa entre Bolsonaro e seu colega Ivan Duque, da Colômbia. 

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O general Ramos, que foi vitorioso em questões importantes com o Congresso, vai para o Gabinete Civil e a Secretaria de Governo, encarregada da articulação política, vai para a deputada Flávia Arruda, que recém presidiu a Comissão Mista de Orçamento. Essa é a parte mais importante das mudanças de segunda-feira, já que depois de dois generais, volta alguém representando o parlamento. O sistema de governo não é parlamentar, mas o Senado tirou o chanceler e a pressão dos políticos tirou o ministro da Saúde, que não permitia intermediações de verbas para estados e municípios. O sistema híbrido deixado pela Constituição de 1988 criou um jeito chamado de presidencialismo de coalizão. A entrada de Flávia Arruda no governo e a saída de Ernesto Araújo têm a ver com uma coalizão entre o presidente e sua base parlamentar. 

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