Os representantes do setor fumageiro seguem em Brasília. Um dia após os encontros com Renan Calheiros e Gleisi Hoffman para discutir sobre o projeto de lei de José Serra com restrições ao cigarro, nesta quinta-feira, 3, membros da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco) participam de um encontro promovido pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco) e Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP) que visa discutir e propor medidas contra o contrabando.
Cerca de 70 entidades empresariais e organizações que compõem o Movimento em Defesa do Mercado Legal Brasileiro participam do encontro que teve início às 14h30. A ideia é discutir medidas para combater o contrabando e suas consequências, como o aumento do desemprego, a redução da arrecadação e dos investimentos no País.
A Amprotabaco foi convidada a participar do encontro pela Frente Parlamentar Mista de Combate ao Contrabado e à Falsificação, já que, atualmente, o maior alvo do mercado ilegal é a indústria fumageira. Dados do ano passado, apontam que cerca de 33,7 bilhões de cigarros entraram ilegalmente no País em 2015 e que cerca de um terço do produto consumido no Brasil vem do Paraguai.
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O vice-presidente da Amprotabaco no Rio Grande do Sul, prefeito de Dom Feliciano, Dalvi Soares, afirmou que a associação pretende propor ao governo federal ações para evitar as graves consequências do contrabando no Brasil. “A preocupação do governo é arrecadar em vez de evitar que um produto ilegal entre em nossos municípios”, afirmou.
A senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), membro da mesa de honra do encontro, salientou a mobilização da Afubra e dos prefeitos para construir medidas efetivas no combate ao contrabando. “No Rio Grande do Sul, a cadeia produtiva do tabaco é a mais afetada com o contrabando. A indústria gera menos postos de trabalho e o cigarro ilegal entra livremente pelas fronteiras”, comentou a senadora.
Evandro Guimarães, que dirige o Etco, salientou que pensar alternativas contra o contrabando é proteger o mercado interno. Ele ainda ressaltou a importância do Dia Nacional de Combate ao Contrabando, comemorado nesta quinta-feira, que, segundo ele, é “fundamental para lembrar que temos muito a fazer”.
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Para o presidente da Frente Parlamentar Mista de Combate ao Contrabado e à Falsificação, Efraim Filho, o mercado ilegal está crescendo devido a situação da economia interna. Segundo ele, como salário do trabalhador está ficando cada vez menor, “a população passa a optar por produtos mais baratos”. “A agenda da presidente Dilma está preocupada apenas em aumentar impostos e nós estamos preocupados em gerar renda e evitar que esses produtos ilegais entrem no país”, completou.
Segundo dados do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf), em 2015 os dez produtos mais contrabandeados em 2015 foram o cigarro, artigos eletrônicos e relacionados à informática, vestuário, perfumes, relógios, brinquedos, óculos, medicamentos e bebidas.
Ana Amélia: o cigarro ilegal entra livremente pelas fronteiras
Foto: Régis de Oliveira Júnior
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