André Guedes: “Te vira agora, Guerra”

Imaturo

Na quarta-feira, 27, os gremistas foram pegos de surpresa com a desistência de Marcelo Marques à candidatura da presidência. Ele alegou que se surpreendeu com o cenário político do clube. Não creio que possa ser tão ingênuo. Por mais que tenha os seus motivos, e são perfeitamente compreendidos, o candidato precisa saber onde pisa e saber de tudo que pode ser e deve ter feito para concorrer ao pleito. A partir do momento que desiste, mostra que é uma pessoa sem convicção, e isso em qualquer âmbito é extremamente ruim. Quando Marcelo diz “estou chateado porque sou tratado como um cédula” ou algo parecido com isso significa melindre e vaidade. Vai lá, assume a presidência e mostra que
não é uma “cédula”. A atitude digna é cumprir a palavra.

Estratégia

Podemos ver de um outro ângulo. Ao mesmo tempo em que Marcelo desiste, coloca uma pressão maior em cima da atual gestão, pois o time em campo está muito mal e tem “somente” o Flamengo no fim de semana, depois Mirassol e o Gre-Nal. Em caso de insucessos e um retorno ao Z-4, o presidente Alberto Guerra não conseguirá sair de casa. Marcelo tira a pressão de cima de si e coloca toda sobre a atual diretoria. Mesmo que o Grêmio melhore, a pressão será grande até o fim do ano. É mais ou menos como se diz: “Te vira agora, Guerra”.

Política

É lógico que o ambiente político da dupla Gre-Nal é poluído, para ser bem leve na crítica. Muitos colorados questionam: será que não temos um “milionário também”? Eu respondo, claro que sim. Delcir Sonda não cobrou uma dívida que tinha com o Internacional. No Grêmio, Marcelo Marques depositou R$ 60 milhões para ajudar nas contratações e teve gente que torceu o nariz e ficou com ciúmes. A politicagem, infelizmente, está acima dos clubes.

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