Regional

Ano de 2026 terá sete feriadões; comércio projeta prejuízos

O trabalhador está só à espera da próxima quinta-feira, 1º. Essa expectativa vem com dois significados: o primeiro e mais óbvio é que se inicia um novo ano, com a renovação de objetivos e metas. O outro é que vem por aí mais um dia de folga – é o primeiro feriado do ano. E não serão poucos em 2026. São 12 instituídos nacionalmente (mais os estaduais e municipais), dos quais sete caem em sextas ou segundas-feiras, o que gera o acúmulo com o fim de semana, o chamado feriadão.

Se por um lado é desejado pelos funcionários, por outro serve de motivo de atenção para os empreendedores, sobretudo do comércio varejista. E o próximo ano vem com adicional de alerta, pois tem o foco na Copa do Mundo de Futebol Masculino e nas eleições para assembleias legislativas, governos estaduais, Câmara Federal, Senado e Presidência da República.

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A preocupação entre os gestores se justificaria porque os custos fixos continuam os mesmos, mas as lojas ficam um período maior com as portas fechadas, ou seja, não mantêm a receita. O fechamento dessa equação depende de soluções criativas.

O presidente da Federação Varejista do Rio Grande do Sul, Ivonei Pioner, sugere que as empresas tenham a possibilidade das vendas no ambiente digital. “Em uma relação fluida de marketing e customer experience, devem atender às necessidades de seus clientes. Muitas vezes, até se antecipando a elas.”

Defendendo posição de diálogo, o Sindilojas Vale do Rio Pardo entende que é possível construir instrumentos que permitam ao comércio operar com flexibilidade, mantendo a observância aos direitos dos trabalhadores e acordos coletivos da categoria. “Abrir as lojas com previsibilidade, negociar horários especiais e estabelecer regras claras com antecedência são medidas que reduzem perdas e fortalecem o ambiente de negócios”, afirma o presidente da entidade, Mauro Spode.

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Também acredita que seja fundamental a inclusão do varejo na formulação de políticas públicas e decisões que impactam a economia regional. “Um calendário que equilibre descanso, convivência social e manutenção do fluxo econômico é essencial para que a região siga gerando emprego e renda”, aponta.

Para Pioner, turismo é beneficiado | Foto: Divulgação
Spode pede equilíbrio e condições | Foto: Expedito Engling
Eidt defende a venda antecipada | Foto: Expedito Engling

Agende-se

O porquê de afetar tanto o setor

Mauro Spode explica que não existe um cálculo oficial na região que traduza essa sensação de perda com o feriado, mas é possível perceber os efeitos práticos. “Um feriado interrompe o ciclo natural de consumo, desloca compras para o ambiente digital – muitas vezes para plataformas externas – e reduz a circulação espontânea que impulsiona as vendas físicas”, salienta.

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O consumidor tambem perde, acredita Spode, porque terá dificuldade de acesso ao serviço ou produto no dia desejado. Ivonei Pioner acrescenta que é um dia perdido. “Compra, na maioria das vezes, é impulso. Não tendo as lojas físicas abertas, ela ou não ocorre ou, em alguns casos, se recorre à compra em plataformas digitais”, reforça.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Santa Cruz do Sul, Gilberto Luís Eidt, vê um ponto positivo e que pode ser aproveitado em meio ao prenúncio ruim. “Geralmente, vende um pouco mais um dia antes”, afirma. Pondera, no entanto, que não alcança o que seria negociado se estivesse aberto.

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Mas nem todos os setores podem reclamar. Pioner ressalta que os 12 feriados prejudicarão o comércio de forma geral, mas quem atua na área do turismo, bares, hotéis e restaurantes deve ter ampliada a sua receita nesses períodos. “Mas lembramos que é uma pequena área”, frisa.

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Os bons

Há feriados vistos com bons olhos pelo comércio, como os que têm relevância cultural e emocional, como Natal; dias da Criança, das Mães e dos Pais e Páscoa. Mas isso depende de fatores estruturais. “Quando há equilíbrio entre interesse do consumidor e condições para a atividade econômica, os feriados deixam de ser apenas uma pausa e passam a ser motor de giro financeiro”, garante Mauro Spode.

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Proprietário de loja e de mercado, Gilberto Luís Eidt percebe no setor mercadista algo positivo, com a fidelização dos clientes, em especial no açougue. “Quando ocorre feriadão, compram e levam nossa carne para suas viagens”, confirma.

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Marcio Souza

Jornalista, formado pela Unisinos, com MBA em Marketing, Estratégia e Inovação, pela Uninter. Completo, em 31 de dezembro de 2023, 27 anos de comunicação em rádio, jornal, revista, internet, TV e assessoria de comunicação.

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