“Por que tanta discórdia e violência?”. Esse é o título da crônica publicada no dia 8 pelo grande jornalista e amigo Benno Bernardo Kist na nossa Gazeta. Com a sensibilidade característica, o colega colunista destaca o verdadeiro surto de violência que acomete o mundo e o nosso país.
O alerta pode soar descabido, mas façamos um exercício que exige apenas observação em nosso cotidiano. Na hora de entrar no elevador, no trânsito, no grupo de WhatsApp do condomínio, na fila do supermercado ou no menor ambiente social, é possível flagrar episódios onde a impaciência está presente.
Não raro, em pouco tempo, esse comportamento descamba para manifestações verbais recheadas de ofensas que envolvem termos chulos, racistas e preconceituosos. Passo seguinte é chegar a ditas “vias de fato”, que são agressões físicas para engrossar o livro de ocorrências que se multiplicam nas delegacias de polícia.
Publicidade
O desenvolvimento tecnológico sem precedentes não tem sido capaz de nos tornar seres mais humanos. A tolerância é artigo raro, muitas vezes confundido com medo, covardia ou “falta de personalidade”. Parece que toda provocação exige uma agressão para marcar território. Será mesmo necessária tamanha violência?
Infelizmente os grupos familiares são pouco afeitos ao diálogo. O que prolifera são pais permissivos que ignoram a necessidade de impor limites. Poucos conhecem o cotidiano dos filhos, o nome de seus melhores amigos e colegas de escola. Ficar no celular ou abastecer as redes sociais no final do dia soa mais moderno que olhar a agenda da gurizada, conferir o tema ministrado pelos professores ou apenas conversar sobre a rotina escolar.
Já os educadores são colocados à prova todos os dias dentro da sala de aula. Limitados por legislações divorciadas da realidade, são submetidos a provocações constantes, mas precisam de paciência de monge para não transgredir regulamentos.
Publicidade
Por tudo isso, não estranha que estejamos forjando uma geração incapaz de enfrentar a vida real longe da superproteção que prejudica ao invés de ajudar na criação da prole. Sem responsabilidades e com liberdade absoluta, jovens empregam a tecnologia preocupados em disseminar o consumismo e a ostentação, atributos fundamentais para ser visto como “bem sucedido”.
O amigo Benno Kist destaca com precisão que vivemos conflitos diários, brigando por qualquer razão. É preciso, de maneira urgente, estabelecer a cultura da paz, mediante paciência, solidariedade e tolerância. Pode soar piegas, simplório até, mas sem essa orientação, pouca esperança resta para que possamos, um dia, viver num mundo de entendimento mínimo em nosso cotidiano.
Pensar coletivamente é assegurar um ambiente sadio e cordato!
Publicidade
LEIA MAIS TEXTOS DE GILBERTO JASPSER
QUER RECEBER NOTÍCIAS DE SANTA CRUZ DO SUL E REGIÃO NO SEU CELULAR? ENTRE NO NOSSO NOVO CANAL DO WHATSAPP CLICANDO AQUI 📲. AINDA NÃO É ASSINANTE GAZETA? CLIQUE AQUI E FAÇA AGORA!
Publicidade
This website uses cookies.