Ao menos 305 quilômetros do Rio Paraopeba foram contaminados pelos rejeitos liberados com o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, no dia 25 de janeiro. O levantamento foi realizado durante uma expedição da Fundação SOS Mata Atlântica na região, em que foi avaliada a qualidade da água em 22 pontos do rio.
Com duração de 10 dias, a expedição foi encerrada no sábado, 9. A equipe percorreu mais de 2 mil quilômetros de rodovias e estradas próximas ao leito do rio, de Brumadinho até Felixlândia, também em Minas Gerais. A Fundação classifica o resultado como “estarrecedor”.
Publicidade
LEIA MAIS
- Professora da Unisc estava em Brumadinho no rompimento da barragem
- Bombeiros confirmam 157 mortos e 165 desaparecidos em Brumadinho
Segundo ela, a qualidade da água está diferente ao longo do rio, devido à influência de remansos, barragens e cachoeiras. “Varia bastante, mas, em nenhuma delas, a água chegou a voltar ao estado que tinha antes.”
Publicidade
O trabalho partiu do que foi chamado de “marco zero”, localizado pouco antes da barragem, no sentido contrário ao curso do rio. Ali a água não estava tomada pela lama, mas já apresentava um nível ruim, enquanto medição anterior ao acidente apontava qualidade regular.
De acordo com Malu, a água está com consistência distinta da encontrada no Rio Doce após o rompimento da barragem da Samarco em Mariana, em 2015. “No Rio Doce, o rejeito não decantava, o que dificulta que você encontre áreas com qualidade melhor. Se não decanta, acaba afetando toda a extensão do rio.”
Publicidade