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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Aqueles R$ 500 mil

Todo mundo deveria fazer um esforço e assistir a pelo menos alguns vídeos das delações da Operação Lava Jato, tanto os da Odebrecht como da JBS. Ali se explica claramente, sem rodeios, como se faz política no Brasil há muito tempo. Sobretudo, como mandatos públicos são exercidos para atender a interesses privados, de empresas, com muito enriquecimento particular à custa de dinheiro… público.  

Tome-se o caso da maleta dos R$ 500 mil, envolvendo o deputado federal Rodrigo Rocha Loures, homem da maior confiança de Michel Temer. Segundo Ricardo Saud, executivo da JBS, seria a primeira parcela de uma propina para resolver disputa comercial da empresa com a Petrobras no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O combinado: R$ 500 mil semanais durante 25 anos – com possibilidade de aumentar para R$ 1 milhão por semana – repassados a Loures e Temer. 500 mil reais por semana durante 25 anos. Para resolver apenas UMA “pendência”, vale frisar.

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A JBS bancou 179 deputados federais, 28 senadores e 16 governadores eleitos em 2014. E só as revelações da Odebrecht, em dezembro do ano passado, já seriam suficientes para congelar as reformas trabalhista e da Previdência em qualquer país sério. Por razões mais do que óbvias: como acreditar na condução idônea de projetos tão drásticos, que alteram a Constituição – cuja “inviolabilidade sagrada”, tão citada para contestar as eleições direitas, jamais foi lembrada nesse assunto –, de parte de um governo e Congresso atolados em denúncias dessa espécie? 

Mas estamos no Brasil, o país que tem, provavelmente, a maior quantidade de ingênuos por metro quadrado do mundo. O secretário da Previdência e porta-voz da reforma, Marcelo Caetano, integra o conselho administrativo de uma das maiores empresas de previdência privada, a BrasilPrev. Em um país sério, essa situação seria chamada de “conflito de interesses” e causaria um belo problema. Mas aqui… pffff.  

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