A pandemia do novo coronavírus levanta muitas dúvidas, diariamente. Para alguns, mais do que para outros: “Vamos condicionar as pessoas a ficar separadas, a criar barreiras, a se afastar de modo permanente? Qual será o próximo passo? Eliminar o namoro, promover o divórcio, todos sozinhos em pequenas gaiolas?” Foi assim, com evidente indignação, que um leitor da revista digital Designboom, uma das mais influentes do setor, reagiu diante de mais um projeto para limitar a disseminação da Covid-19, divulgado recentemente pelo site.
Batizada de Plex’Eat, a proposta leva a assinatura do francês Christophe Gernigon, e prevê cápsulas de plástico individuais que, penduradas no teto, permitem que as pessoas dividam a mesa de forma segura. Segundo o fabricante, modelos maiores, capazes de acomodar um casal durante um jantar romântico, já estão a caminho.
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Pensando neles, nomes de peso, como o arquiteto britânico Norman Foster, prêmio Pritzker de Arquitetura 1999, e o designer japonês Tokujin Yoshioka, compartilharam nas suas redes sociais projetos de escudos faciais de plástico transparente.
Depois, com a progressão da pandemia, o desafio passou a se antecipar às novas demandas. Imaginar soluções, tanto individuais quanto coletivas, capazes de interromper o contágio ou, ao menos, diminuir nossa vulnerabilidade frente à ameaça de propagação.
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O contato entre superfícies contaminadas e as mãos, considerado um dos principais vetores da infecção, motivou os italianos Andrea Quaglio e Manuela Simonelli na criação da estação de carregamento sem-fio Oblio, para a Lexon, francesa: um objeto que mais se parece um vaso, mas que carrega celulares em vinte minutos, enquanto lâmpadas UV esterilizam a tela.
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Para a designer Noemi Saga, ficou claro que a casa passou a ser vista como um lugar de refúgio, e, como tal, deve transmitir calma e segurança. “A autoproteção e o respeito ao próximo são necessidades que devem fazer parte de nossas vidas daqui para frente”, considera ela, que, tendo em mente o hall de entrada, desenvolveu uma luminária com função esterilizadora. “É uma peça decorativa e funcional. Além de iluminar, esteriliza os pequenos objetos que todos trazemos conosco.”
Para o designer Leonardo Lattavo, do estúdio Lattog, retirar os sapatos ao entrar em casa foi um dos comportamentos mais saudáveis adquiridos durante a quarentena. “Em resposta ao hábito, que espero que perdure, desenvolvemos uma série de sapateiras. Desde peças convencionais até multifuncionais, onde o móvel divide a cena com espelhos e vasos de plantas”, conta Lattavo.
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Apesar de toda sua complexidade, para criadores como ele, interessados em desvendar o tão falado “novo normal”, o momento atual parece estar sendo especialmente estimulante. Afinal, como afirma o provérbio, se as necessidades são mães de todas as invenções, hoje elas estão aí, claramente colocadas. E não poderiam ser mais urgentes.
Fonte: Estadão Conteúdo
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