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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

As escolas do interior

Estudei até a 5ª série nas famosas brizoletas, quando então era governador o saudoso Leonel de Moura Brizola, que construiu, na época, centenas dessas escolas no Rio Grande do Sul, mostrando ao Brasil que a saída era a educação. A prova disso é que, no passado, o gaúcho era considerado o povo mais culto e politizado do País. Ainda hoje existem por aí algumas dessas escolas.

Quando jovem, aprendi a língua alemã convivendo com as crianças da localidade. Era a comunicação usual da maioria dos moradores. Em casa, só falávamos o português porque nosso pai sabia da importância disso. Na escola, seu uso seria fundamental para a aprendizagem. Motivo, aliás, de sempre me destacar como o mais inteligente da turma.

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No recreio, corríamos atrás de uma bola de borracha ou daquelas bolas de tênis da Mercur. O campo era improvisado no pátio da escola, entre os plátanos. E de chão batido. Jogávamos de pés descalços e, de vez em quando, tirava-se uma tampa do dedo, chutando o chão ou alguma raiz. Passava-se uma água limpa no dedo e continuava-se correndo atrás da bola normalmente.

Em todas as estações do ano, o máximo que usávamos era um chinelo de couro ou alpargata. No inverno, os pés enrijeciam com o frio. Não era moleza, mas valia a pena viver. Aprendemos que só se conquista o sucesso com muito trabalho e perseverança. Nada vem de graça.

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Os professores eram verdadeiras autoridades na localidade, juntamente com o padre, o médico, o farmacêutico e o comerciante. Quando algum acontecimento importante teria que ser resolvido, esses líderes davam seu parecer e os demais obedeciam, respeitando a hierarquia intelectual e econômica.

Lembro-me dos professores do primário, que tiveram muita importância no meu crescimento pessoal e devo muito a Leslie Scherer, Terezinha Wink e o casal Elemar e Nougathe Bencke.

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