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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

As perdizes salvadoras

Na região da campanha, até alguns anos, era comum a caça de lebres, perdizes, pacas, jacus, marrecas, pombas, quase tudo, enfim, que se mexesse. Quase todos tinham armas de caça. Até eu tinha duas, uma calibre 12 e outra calibre 20. Os campos eram, como ainda hoje, muito extensos.

Quero deixar claro que mais tarde nunca deixei caçar nos campos da nossa família. Inclusive a queridos amigos negava a entrada. Até brincava, “se teu problema é carne, vamos carnear um chibo (cordeiro)”. Nem pescar não deixava. Todavia, uma noite antes da sexta-feira santa não tem jeito. Tudo bem, é fazer de conta que não se vê nada, mesmo porque não há como fiscalizar ou montar guarda ante quase 40 açudes.

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Naquela época eu até caçava, mas sempre dentro da quota. Depois de um tempo, quando casei com Maristela e juntos tocamos a fazenda, é que eu vi como era daninha a caça e me tornei um conservacionista.

Certa feita, logo que assumi em Santiago, lá por 1975, fui convidado para comer uma perdizada no sítio de um forte fazendeiro de um município vizinho, que usava o refúgio para suas festas. Seria num sábado à noite. Era verão e o homem tinha até piscina, coisa rara naqueles tempos. Estavam convidadas também umas meninas faceiras que seriam trazidas lá de São Borja, fato que eu desconhecia antes de chegar.

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“Amoooorrr, surpresa, arruma a mesa que já vou servir as perdizinhas, ou tu achou que eu ia fazer bobagem?”
Veio a jovem esposa toda vermelha de tanto chorar: “Meu anjo, e eu fui duvidar de ti…”

 

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