Pesquisas eleitorais têm incluído o ex-presidente Lula na lista dos presidenciáveis. E confirmado sua expressiva performance, notadamente no Norte–Nordeste, fruto da memória popular residual de candidaturas anteriores e gestões de governo de viés populista.
A surpresa não é o bom desempenho pré-eleitoral de Lula nas pesquisas. O que surpreende e motiva indagação geral diz respeito sobre o porquê de sua inclusão na lista dos presidenciáveis.
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Do ponto de vista dos contratantes das pesquisas, suponho que haja um compreensível excesso de liberalidade e ânimo de parecer simpático e democrático. Então, objetivamente, a quem interessa criar e manter este ilusionismo (em torno de uma provável candidatura Lula) e com que objetivos?
Primeiramente, sem dúvida, interessa ao Partido dos Trabalhadores (PT), que assim mantém ativa a retórica e a mobilização de seus filiados e simpatizantes. Aliás, fundamental para viabilizar a candidatura daquele que será indicado por Lula como seu candidato preferencial, filiado ou não ao PT.
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Ao candidato Bolsonaro, por exemplo, convém estes indicadores. Quanto mais aparece e cresce o espectro Lula, mais cresce o espectro Bolsonaro. Lula/PT e Bolsonaro são, respectivamente, causa e consequência.
Quanto aos interesses dos demais e potenciais candidatos presidenciais, a inclusão de Lula nas pesquisas (e o seu efeito colateral Bolsonaro) prejudica, distorce e adia uma percepção mais realista de suas possibilidades e viabilidades eleitorais.
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Além de ignorarem a legislação eleitoral vigente, seja por excesso de liberalidade, democratismo ou demagogia, resulta que não contribuem para o apaziguamento social e o encaminhamento das atuais e vindouras demandas nacionais.
A quem mais interessa a inclusão do inelegível Lula nas pesquisas? E com que objetivo?