Assisti ao noticiário de depois do almoço e voltei a pensar sobre como as notícias chamam mais atenção.

É fundamental uma boa dose de crítica em relação ao que as autoridades públicas estão ou não estão fazendo. Há bastante projeção, transferência de culpa para quem deveria fazer tudo funcionar.

Ainda que saibamos que problemas acontecem e devemos, nós mesmos, trabalhar para encontrar saídas criativas.

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O simpático aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, ficou fechado por 12 horas em razão de um vazamento de óleo na pista provocado por um veículo da Infraero. O transtorno foi rápido e agudo, mas a limpeza da bagunça custou 12 horas de interdição e o cancelamento de 162 voos.

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Como aviação não rima com improvisação, a pista precisou passar por minuciosa limpeza e preparação para que pousos e decolagens fossem retomados. A segurança da aviação comercial, meio de transporte mais seguro do mundo, não dispensa os mais sistemáticos cuidados.

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Logicamente não foi cômodo para os passageiros ficarem tanto tempo no terminal esperando, ficando a maioria do tempo sem informações claras sobre previsão de retomada dos voos ou de como andavam os serviços.

A ênfase que vi na reportagem a respeito do ocorrido era sobre os prejuízos que decorreram do atraso. O apresentador chegou a levantar um questionamento a respeito de quem os passageiros deveriam processar pelos cancelamentos de voos e perdas de compromissos.

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Essa abordagem, felizmente ou não, é a que vende mais. As pessoas ligam a televisão para saber o que não deu certo, apontar culpados, fomentar a separação das pessoas e o ódio entre elas.

A operação policial, especialmente no Estado de São Paulo, para apurar as adulterações de bebidas alcoólicas, também foi objeto do noticiário a que assisti. A argumentação girou em torno dos casos descobertos de pessoas que tiveram problemas de saúde ou faleceram.

Muito pouco se falou de quanto o contrabando e a falsificação são disseminados e maléficos para a saúde das pessoas e para a economia. Os números referentes a essas informações são mais difíceis de apurar e exigem um debate mais aprofundado sobre como queremos moldar o mercado de consumo.

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Importante quem sabe, mas abstrato demais. O que não é concreto e factível vende pouco.

A mídia esportiva achou uma fórmula de engajamento: ao final dos jogos de futebol, a cabeça de alguém tem que rolar.

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O resultado final é analisado, porque futebol “é resultado”. O placar é o que vai na manchete, a performance, no corpo da matéria, se merecer algum comentário mais aprofundado.

Assim vende mais.

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Guilherme Andriolo

Nascido em 2005 em Santa Cruz do Sul, ingressou como estagiário no Portal Gaz logo no primeiro semestre de faculdade e desde então auxilia na produção de conteúdos multimídia.

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