Durante as manifestações, uma foto viralizou na internet. A imagem mostra um casal branco com uma babá negra uniformizada carregando carrinho de bebês. O registro dividiu opiniões. Enquanto alguns criticavam o caráter “elitista” dos protestos, outros defendiam o fato de a família estar empregando um trabalhador em tempos de crise. Quem tem uma opinião bastante formada, no entanto, é Maria Angélica Lima, 45 anos, personagem principal da fotografia.
“Me senti exposta. Acordei e vi minha cara no jornal. Foi um susto”, contou a babá que aparece na imagem. Em entrevista ao periódico carioca Extra, Maria Angélica reclamou do ocorrido. “Sabem até meu nome. Sou uma pessoa anônima, no meio de milhões de pessoas, e agora sabem meu nome! Eu achei isso muito chato. Me expor dessa maneira, expor os meus patrões, as crianças. Não tinha necessidade disso”, comentou.
Ela trabalha como babá nos fins de semana. Mãe de duas meninas, uma de 2 e outra de 16 anos, Maria Angélica precisa do dinheiro para complementar a renda. Na entrevista, ela garantiu ser favorável às manifestações. “Como eu falei para o meu patrão: está todo mundo pedindo impeachment da presidente, querendo que as coisas mudem. Mas, infelizmente, não vão mudar. Ela saindo, quem entrar vai continuar roubando. Infelizmente, no Brasil é assim. Quem tá com o seu dinheiro, os políticos, que estão tudo bem, vão continuar bem. E a gente que vai sempre levar o pior. O pobre é que sofre”, comentou, admitindo que votou em Aécio Neves em 2014.
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Vice-presidente de Finanças do Flamengo e patrão da babá, Claudio Pracownik se manifestou pelas redes sociais. Ele disse sentir-se “feliz em gerar empregos em um país que, graças à incapacidade de seus governantes, sua classe política e de toda uma cultura baseada na corrupção vive uma de suas piores crises econômicas do século”, escreveu.
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