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Bahia reintegra Ramírez e anuncia cláusula antirracista em contratos dos atletas

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Ramirez (com a bola) teria proferido ofensa racista contra Gerson (à direita) | Foto: Vitor Tamar / EC Bahia

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O Bahia divulgou uma carta aberta no início da tarde desta quinta-feira, 24, para informar que os laudos das perícias contratadas pelo clube não comprovaram a denúncia de injúria racial feita contra o atleta Índio Ramírez e que, portanto, o jogador será reintegrado ao elenco. Além disso, o texto menciona diversas medidas estruturais adotadas para evitar e combater o racismo na instituição e no futebol, de maneira geral.

Índio Ramírez estava afastado de todas as atividades do Bahia desde o último domingo, quando o clube decidiu que abriria uma investigação interna para apurar se o meia-atacante realmente disse a frase “cala a boca, seu negro” para Gerson, do Flamengo, no duelo do último domingo, vencido pelo time rubro-negro por 4 a 3, no Maracanã. No dia seguinte à partida, o atleta colombiano se defendeu das acusações e afirmou que foi mal compreendido por Gerson.

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“O clube entende que, mesmo dando relevância à narrativa da vítima, não deve manter o afastamento do atleta Índio Ramírez ante a inexistência de provas e possíveis diferenças de comunicação entre interlocutores de idiomas diferentes”, disse o clube. “O papel do Bahia é de formação e transformação, sempre preservando os direitos fundamentais e a ampla defesa. O atleta deverá ser reincorporado ao elenco tão logo os profissionais da comissão técnica e psicólogos entendam adequado”, acrescentou o comunicado.

“O futebol é reflexo de uma sociedade que, quando não nega o racismo, adere a um populismo punitivista que finge resolver o problema apenas punindo o agressor. Atos de discriminação racial não são ‘casos isolados’”, avaliou o clube baiano, que destacou seis medidas tomadas para combater a discriminação racial e outros preconceitos, incluindo uma cláusula antirracista nos contratos dos jogadores, por “entender seu papel de entidade de interesse público”.

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Confira as medidas adotadas pelo Bahia: inclusão de cláusula antirracista, xenofóbica e homofóbica no contrato dos atletas; proposta de criação de protocolo antidiscriminatório para jogos de futebol no Brasil; implantação do projeto “Dedo na Ferida” para o elenco na pré-temporada, com oferecimento de uma imersão sobre racismo estrutural para os atletas; encaminhamento junto à mesa do Conselho Deliberativo do clube para incorporação de cotas raciais nas próximas eleições; inclusão de espaço no Museu do Bahia dedicado ao combate e debate do racismo, xenofobia, sexismo e LGBTfobia e demais formas de intolerância e apoio ao projeto de lei que Cria o Dia Nacional Da Luta Contra o Racismo no Futebol.

Na última quarta, o Bahia já tinha comunicado que um dos cinco especialistas consultados pelo clube negou que Ramírez tenha chamado Bruno Henrique de “negro” na partida, em outro bate-boca posterior à discussão com Gerson. O chileno Eduardo Llanos, que tem o espanhol como língua materna, considerou que Ramírez perguntou “tá quanto?” a Bruno Henrique. Já o Flamengo alega que três especialistas em leitura labial ouvidos pelo clube apontaram que o atleta do Bahia teria chamado Bruno Henrique de “negro” e que entregaria a prova à polícia e ao STJD.

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Vale lembrar que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) também deve analisar o caso. Ramírez está sujeito a duas punições. Ele pode ser obrigado a pagar multa de até R$ 100 mil e ficar afastado dos gramados por até dez jogos. Isso se for condenado por ato discriminatório, que está previsto no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).

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