A investigação que culminou na prisão de um jovem de 18 anos em ação policial na última sexta-feira, 19, remete diretamente à principal liderança da facção Os Manos em Santa Cruz do Sul e região, um homem conhecido como Chapolin.
O rapaz detido nessa sexta-feira, e que estava morando na Rua Amazonas, Bairro Bom Jesus, havia sido cooptado pela organização criminosa fazia pouco tempo e guardava em sua residência dentro de um armário, escondido sob uma pilha de roupas, um volume embalado a vácuo, que revelou-se em cinco cadernos com as principais transações da facção ao longo dos anos, bem como o nome de todos os traficantes ligados ao grupo.
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O delegado lembrou da mensagem ameaçadora deixada por Chapolin em agosto de 2018, quando o criminoso foi transferido da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), onde cumpria pena de 86 anos, para a Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. O áudio viralizou em grupos de WhatsApp.
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“Ele deixou um áudio gravado que todo mundo ouviu, dizendo que quando voltasse iria querer explicações, cobrar e prestar contas. Por isso que esse material estava sendo guardado: quando, e se, ele retornasse, para que os traficantes que ficaram aqui, tocando o mercado ilegal de drogas, prestassem contas.”
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A pistola que se transforma em submetralhadora
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Também foram encontradas duas pistolas diferenciadas. Uma delas era uma Glock, calibre 9 milímetros, de fabricação americana, capaz de disparar rajadas e que vinha acompanhada de um kit Kriss, um dispositivo que auxilia o atirador a controlar o sentido dos disparos.
“É o primeiro kit do tipo que a gente apreende. O prolongador faz a pistola virar uma espécie de submetralhadora.” A outra, também uma pistola calibre 9 milímetros, possui uma cor camuflada e é de fabricação croata. Quatro balanças de precisão, quatro carregadores de pistola e 40 munições de calibre 9 milímetros também foram apreendidos na casa do jovem de 18 anos.
“É um indivíduo que foi cooptado pela facção há pouco tempo e entrou no nosso radar. Não há indício de que ele vendesse drogas na casa para consumidores. Ele era o que a gente chama na linguagem policial de mocó, sendo pago para albergar em sua residência armas, drogas e outros itens”, explicou Menezes. O rapaz foi encaminhado ao Presídio Regional de Santa Cruz do Sul.
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