Após uma série de casos de agressão, ameaças e desrespeito contra médicos em Santa Cruz do Sul, a Câmara de Vereadores deverá fazer uma sessão especial para debater o tema. A proposição é do vereador Jeferson Luis de Souza, o Redondo, do Republicanos. O pedido da reunião será protocolado para estar na pauta do Legislativo na sessão da próxima segunda-feira, 21. Ainda não há data prevista.
Segundo Redondo, a situação é preocupante, uma vez que os profissionais, tanto nos postos de saúde quanto nas unidades de alta complexidade, “estão sendo agredidos verbalmente dia a dia”. “Eles estiveram, há pouco tempo, à frente de uma pandemia, diretamente trabalhando, sem dia e sem noite. Agora, tivemos uma enchente também. Os médicos e a equipe de enfermagem estiveram todos na linha de frente”, relembra. “Em uma cidade como Santa Cruz do Sul, a gente não pode admitir que seja natural ameaçar ou agredir um médico.”
LEIA TAMBÉM: Conselho Regional de Medicina repudia ameaça contra médica em Santa Cruz: “Inaceitável”
Publicidade
Serão convidados para a reunião o secretário de Saúde, Rodrigo Rabuske, e entidades como o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), o Conselho Municipal da Saúde e a Associação de Médicos de Santa Cruz do Sul. “Eu acredito que vai ser bem importante toda essa gama de profissionais estar lá e, junto com a comunidade, a gente poder tirar essas dúvidas. E aí, eu acredito que, talvez, essa imagem de querer agredir os médicos verbalmente ou de outras maneiras possa se cessar nessa cidade”, afirma o vereador, que já atuou como diretor na Secretaria de Saúde e junto ao Departamento de Ações e Programas da Saúde.
A ideia, segundo Redondo, é “debater num contexto geral e aberto, para poder ver a melhor maneira de se trabalhar dentro da saúde em Santa Cruz do Sul”. Entre os pontos abordados estará a questão da entrega de atestados, para entender até onde um médico poderá ou não fornecer esse documento. O parlamentar cita um exemplo que chegou a seu gabinete, quando um paciente com conjuntivite se dirigiu a uma unidade de saúde do município, mas não recebeu atestado do médico que o atendeu.
LEIA TAMBÉM: Simers repudia pré-julgamento em caso de médica acusada de negligência em atendimento no Cemai
Publicidade
Em relação à sessão da Câmara, última segunda-feira, 14, Redondo lamentou que ocorreu o que ele considerou uma “confusão de informações”. Isso porque, enquanto ele apresentou sua posição em relação ao medo sofrido pelos médicos em Santa Cruz, outros parlamentares teriam trazido à tona uma outra situação recente – em que uma médica do Centro Materno Infantil (Cemai) teria sido acusada de negligência contra um bebê de dois meses.
Durante o debate, o vereador Jair Eich (Progressistas) adiantou que o laudo feito sobre o caso teria atestado que não houve negligência médica dos profissionais do Cemai. Segundo Redondo, as matérias acabaram se confundindo. “Isso acabou dando repercussão, onde as pessoas não entenderam, não olharam o vídeo e aí acabou dando uma polêmica enorme”, lamentou.
Em relação ao caso citado, o parlamentar do Republicanos reforçou, em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9 que não é especialista e não tem o direito de falar sobre o laudo. “Para isso tem toda uma gama, uma equipe que faz a análise se a médica foi negligente ou não. Mas nós não podemos aceitar qualquer tipo de incentivo à violência”, esclareceu.
Publicidade
LEIA MAIS: De acordo com vereadores, laudo atesta que não houve negligência de médica no Cemai
Somente em 2025, dois casos de violência contra médicos tiveram grande repercussão em Santa Cruz do Sul. No primeiro, em março, uma profissional da Estratégia de Saúde da Família (ESF) Glória, no Bairro Santa Vitória, foi agredida com uma cadeira por um paciente. O episódio teria sido motivado após uma discussão sobre a adesão de uma cadeira de rodas.
Na ocorrência mais recente, na última semana, uma médica plantonista do Hospital Santa Cruz foi ameaçada de morte por uma paciente após ter se negado a entregar um atestado médico. O caso, que também teria envolvido uma ocorrência de dano material, está sob investigação da Polícia Civil.
Publicidade
LEIA MAIS:
Medidas para reforçar a segurança nos atendimentos nas unidades do município estão sendo tomadas. Na última semana, foi sancionada pelo prefeito Sérgio Moraes (PL) a lei que torna obrigatória a instalação de câmeras de monitoramento em todos estabelecimentos públicos de saúde de Santa Cruz do Sul. A iniciativa é de autoria do vereador Edson Sortica (PL). Já na sessão mais recente, foi aprovado por unanimidade o projeto do vereador Professor Cleber (União Brasil) que dispõe sobre a divulgação de dados dos atendimentos realizados por médicos em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).
LEIA MAIS:
Publicidade
Colaboraram Carina Weber e Marcio Souza
LEIA AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS DO PORTAL GAZ
QUER RECEBER NOTÍCIAS DE SANTA CRUZ DO SUL E REGIÃO NO SEU CELULAR? ENTRE NO NOSSO NOVO CANAL DO WHATSAPP CLICANDO AQUI 📲. AINDA NÃO É ASSINANTE GAZETA? CLIQUE AQUI E FAÇA AGORA!
This website uses cookies.