ads1 ads2
GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Caminhoneiros ameaçam nova greve em abril

Caminhoneiros autônomos anunciaram que vão entrar em greve em 23 de abril se, até lá, o governo não criar uma tabela com valores mínimos para pagamento de frete. A posição dos líderes da categoria foi tirada após um encontro na tarde desta quinta-feira, 26, em Brasília, na sede da ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre), em que representantes dos motoristas, de empresas e do governo debatiam sobre as propostas apresentadas pelos caminhoneiros e aceitas pelo governo para parar com a greve do setor no mês passado.

A reunião foi tensa. Prevista para durar duas horas, teve o dobro do tempo. O senador Blairo Maggi (PR-MT) foi vaiado em duas ocasiões após pedir a palavra para falar contra o tabelamento proposto pela categoria. Blairro foi dono da Amaggi, empresa do setor do agronegócio, que contrata os caminhoneiros para fazer o frete. Os caminhoneiros queriam que a reunião desta tarde já definisse a tabela mínima, que foi elaborada por um grupo de trabalho criado após a greve e que reunia representantes do governo, dos caminhoneiros e dos empresários. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rosseto, defendia que a tabela fosse apenas uma referência. Os caminhoneiros se recusaram a referendar a tabela de referência e ameaçaram então começar uma greve ainda nesta semana.

ads6 Advertising

Publicidade

BOLHA

O ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, afirmou que o governo ainda não decidiu se vai fazer uma tabela referencial ou mínima. Segundo ele, é necessário avaliar a constitucionalidade dessa atitude. “Tem pareceres dizendo que pode [a tabela mínima] e que não pode. Vamos analisar”, afirmou Rodrigues.

ads7 Advertising

Publicidade

“Se a tabela não for impositiva, no dia 23, tem data para o Brasil parar”, afirmou Littdammer. “Inconstitucional é a fome”. Representantes de empresas que acompanharam o debate disseram à reportagem que o governo terá pouca margem para não dar a tabela nesse momento. Para esses observadores, os diferentes grupos de caminhoneiros agora estão organizados e todos apoiam esse pleito.

Janir Bottega, que representava os caminhoneiros autônomos de Santa Catarina e participou do grupo que elaborou a tabela de frete, disse que os valores apresentados pelo grupo são os mínimos para garantir dignidade para a categoria, já que os fretes pagos hoje estão entre 20% e 30% abaixo do que pode ser considerado o mínimo. Ele lembrou que o problema piorou após a política do governo de incentivar a compra de caminhões novos, o que criou uma superoferta. “Hoje há uma bolha e essa bolha achatou o preço do frete. Por isso estamos procurando essa regulagem”, afirmou Bottega.

Publicidade

ads9 Advertising

© 2021 Gazeta