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Canabidiol: 14 mil pacientes podem ficar sem medicamentos por disputa jurídica

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Canabidiol é uma substância extraída da maconha

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Mais de 14 mil pacientes de doenças crônicas podem deixar de receber medicamentos à base de maconha por uma disputa jurídica. A Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace) teve suspensa a autorização para fabricar produtos usados para tratar epilepsia, Alzheimer, Parkinson e autismo.

O pedido partiu da Agência Nacional de Vigilância (Anvisa), que apontou descumprimento de requisitos para produção. A entidade nega e diz que já pediu licenças de funcionamento e que faltam regras sobre o cultivo da planta para fins medicinais.

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No pedido, a Anvisa aponta “risco de grave lesão à saúde pública” e afirma que a Abrace descumpre determinações da sentença dada em 2017 pela Justiça Federal na Paraíba, que permitiu as atividades da entidade. A agência argumenta, ainda, que a medida liberou a entrega de medicamentos pela associação a um grupo restrito de pacientes. Além disso, a entidade teria de buscar uma autorização de funcionamento da Anvisa.

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A decisão de Marconi provocou forte reação de pacientes e familiares nas redes sociais. “Como eu, muitas pessoas precisam do canabidiol (uma das substâncias extraídas da maconha). Até as crianças precisam. Eu peço para que não fechem a Abrace”, disse a atriz Claudia Rodrigues, portadora de esclerose múltipla, em vídeo.

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Para Cassiano Teixeira, diretor da Abrace, a suspensão da entrega dos medicamentos deixa “milhares de famílias sem dormir” e pode prejudicar o tratamento de doentes crônicos. “Não é normal 14 mil pessoas ficarem sem medicamento”, disse Teixeira ao Estadão. “A gente lida com a falta de regulamentação. Esse é o grande gargalo”, observou.

Segundo o diretor, há dificuldade em enquadrar as atividades da Abrace, pois faltam regras sobre o cultivo da maconha, mesmo com fins medicinais. “Eu acho que tudo parte do preconceito. Mas não há mais volta. Todos os países estão regulamentando.”

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A Abrace entrega produtos na forma de óleo, spray nasal e pomada. Os preços vão de R$ 70 até R$ 640. Já produtos com indicações similares autorizados pela Anvisa para a venda em farmácia custam em torno de R$ 2 mil.

Em nota, a Anvisa afirma que não pediu para “fechar” a Abrace, mas cobra adequações para fabricação e distribuição de produtos à base de cannabis sativa, nome científico da maconha. A agência diz que a associação ainda não “instruiu” processos para receber autorizações de funcionamento e o certificado para fabricação de medicamentos.

“O objetivo da Anvisa não é impedir o trabalho da associação. Ao apontar irregularidades no processo de fabricação e distribuição de óleo de cannabis, a agência cumpre o seu compromisso de proteger e promover a saúde da população brasileira”, destaca um trecho da nota.

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Pressão

A Anvisa registrou o primeiro medicamento à base de maconha em 2017, o Mevatyl. No fim de 2019, flexibilizou regras para produtos do tipo, além da produção no Brasil. Por pressão do governo Jair Bolsonaro, porém, foi vetada a autorização de plantio com fins medicinais e de pesquisa em território nacional.

A regra da agência ainda é vista como restrita tanto por associações como pela indústria e apenas mais um medicamento entrou no mercado depois disso, fabricado pela Prati-Donaduzzi. Os dois produtos autorizados para venda em farmácia custam cerca de R$ 2 mil.

Com o mercado limitado, a maioria dos pacientes recebe medicamentos de associações, como a Abrace, ou faz a importação. A Anvisa já concedeu mais de 26 mil autorizações de importação desde 2015.

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