Campeão da Recopa Sul-Americana de 2007, das Copas Sul-Americana e Dubai de 2009, da Copa Suruga de 2009 e dos Gauchões de 2008 e 2009, e bicampeão da Libertadores da América de 2010. Esse é o cartel de conquistas do Internacional sob a presidência de Vitorio Carlos Costi Piffero, que ainda foi o vice de Futebol nos títulos da Libertadores e do Mundial de Clubes de 2006 dos Gauchões de 2003 a 2005. Agora, Piffero vai se submeter ao voto dos associados ao clube neste sábado, 13, para voltar a presidir o Colorado no biênio 2015/16.
Se eleito, ele pretende recolocar o Inter no caminho das conquistas importantes já no próximo ano, quando o clube disputará Gauchão, Libertadores da América, Brasileirão e Copa do Brasil (nesta entrará direto nas oitavas de final por estar na competição continental). Em entrevista à Gazeta do Sul, Vitorio Piffero expôs os argumentos com os quais pretende obter o voto da maioria do sócios – mais de 60 mil estão aptos a participar das eleições presidenciais e para o Conselho Deliberativo.
Dentre as ideias do candidato estão a formação de um elenco forte e de muita unidade no vestiário, e maior aproximação das categorias de base com o grupo profissional. Confira.
Gazeta do Sul – Quais são as principais diretrizes da sua proposta para convencer os sócios a votarem na sua chapa neste dia 13 de dezembro?
Vitorio Piffero – Futebol campeão – O Internacional tem que entrar em todas as competições para ganhar. E só ganha quem tiver um grupo qualificado e forte.
Categoria de base – Temos uma excelente categoria de base, porém há um distanciamento da base com o grupo profissional. Temos que reaproximar para que os jogadores da base cheguem ao profissional e venham a produzir para o clube em nível de profissional.
Publicidade
A casa dos colorados é o Beira-Rio – Temos que ter uma política de incentivo à presença e que o Beira-Rio esteja sempre com alta ocupação por seus torcedores.
Gestão profissional – Implantaremos uma Controladoria, responsável pela política da transparência e prestação de contas. Retomaremos o planejamento estratégico e instalaremos uma assessoria de relações internacionais.
Cidade do Inter – Mais do que um centro de treinamento em nível internacional, a área de Guaíba, quatro vezes maior que a área do complexo Beira-Rio, deve ter um excelente aproveitamento. O desenvolvimento de um Plano Diretor para a área é fundamental.
Publicidade
Gazeta – Sempre apontado como favorito nos certames nacionais, o time do Internacional tem sido marcado pela instabilidade nos últimos anos e as suas campanhas terminam frustradas. A que o senhor atribui essa instabilidade e o que pretende fazer no futebol profissional do clube para que ele volte a ser um ganhador de títulos nacionais e internacionais nos próximos dois anos?
Piffero – Um clube campeão precisa ter muito mais que um time, tem que ter um grupo qualificado e forte. Além de grupo qualificado, temos que ter um ambiente positivo e de liderança diretiva que impulsione o grupo para as conquistas.
Gazeta – Já existem encaminhamentos com técnico e reforços para o elenco com os quais o senhor gostaria de trabalhar?
Piffero – Estamos em um período eleitoral. Não falo de profissionais no momento.
Gazeta – O Internacional possui suporte financeiro suficiente para implementar os seus planos para o futebol no curto e médio prazos ou o senhor e sua equipe terão de reforçar o orçamento com o incremento de novas fontes de receita?
Piffero – O Internacional já tem uma das maiores receitas do futebol brasileiro e das Américas. Evidente que a criatividade para implementar novas receitas, como fizemos em 2007, quando lançamos o projeto “100 anos, 100 mil sócios”, é um diferencial entre as gestões. Mas o Internacional tem condições de ter um futebol campeão já em 2015.
Publicidade
Gazeta – Clubes, entidades representativas de jogadores, federações e autoridades governamentais debatem uma eventual repaginação do futebol brasileiro em aspectos como calendário de competições, cedências de jogadores para as seleções nacionais compatibilizadas com os interesses dos clubes, financiamento das atividades esportivas, transparência nas gestões, equilíbrio entre receitas e gastos das agremiações, mudanças nas relações trabalhistas. O senhor vislumbra mudanças significativas e positivas no cenário nacional e, se sim, em que prazo? Qual o papel que o Internacional deve exercer nesses debates?
Piffero – Nós vamos implantar a Política de Transparência no Internacional. Também através da Controladoria, um forte controle orçamentário. Implantar controles não significa menores investimentos, apenas significa que teremos melhores aplicações de nossas receitas. Vamos investir no futebol com qualidade.
Gazeta – O clube adquiriu uma grande área em Guaíba para a construção do seu novo centro de treinamentos. A sua ideia de aproveitamento daquele local contempla todas as categorias de atletas do Internacional ou parte delas? Como pretende estabelecer o relacionamento entre as categorias de base e o futebol profissional a fim de que os talentos que despontam dentro do clube vislumbrem um aproveitamento crescente deles no elenco profissional?
Piffero – Temos que elaborar um plano diretor para toda a área de Guaiba, quatro vezes maior que a área do complexo Beira-Rio. Dentro dela, precisamos ter um centro de treinamento no mesmo nível que grandes clubes europeus. E sem dúvida todas as categorias vão estar juntas, tanto base como grupo profissional. Esse intercâmbio é fundamental para um melhor aproveitamento da base.
Gazeta – O senhor concorda ou não com os críticos que apontam para um afastamento do Internacional do conceito de Clube do Povo em direção a uma elitização da entidade? Como o senhor qualifica o atual relacionamento do clube com o seu público – sócios, não sócios, torcidas organizadas, conselheiros – e como pretende conduzir essa ligação em sua gestão?
Piffero – O relacionamento com os sócios é muito bom, não é à toa que chegamos a 100 mil sócios, maior quadro social das Américas. Muito se deve às ações do clube e, especialmente, dos consulados. A questão que deve ser ajustada é a ocupação do estádio. Precisamos criar uma real política de incentivo à presença e passa pelos preços.
Publicidade
Gazeta – E a parceria na administração do Beira-Rio, como está, em sua opinião? Se ela precisa de ajustes, quais são? Planeja modernizar também o Gigantinho ou tem outros planos para aquela área?
Piffero – É uma relação de 20 anos. Devemos cumprir o contrato e buscar soluções que sejam boas para o Internacional, parceiro e, especialmente, o torcedor colorado.
This website uses cookies.