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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

“Celembrando” Belchior

Graças à foto de Carlos Macedo (Zero Hora), certa cópia de um poema de Teresa de Jesus, datada de 15 de outubro de 2013 – que durante dois anos morou em minha cela de monja –, tornou-se pública. 

É o que cochicha D. História, na eterna cadeira de balanço, com o mano Pêndulo do Relógio. “Segue um dia, depois do outro. Tique-taque…”. 

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Belchior fez uma primeira cópia e assinou “Antonio”. “Há tantos Antonios, nesse mundão afora!”. O poeta sorriu. Voltou à sala de recreio das Irmãs com outra assinatura que agora também testemunha minha biografia monástica: “Celembrando o onomástico de Ir. Teresa Paula do Espírito Santo. Belchior”.

Naquela noite de 15 de outubro de 2013, ele soltou a voz. Não só para cantar Paralelas e Medo de Avião – a primeira três vezes, a pedido da homenageada pelo dia de sua padroeira –, como para declamar alguns poemas da santa espanhola, que ele também amava. “Mulher forte, Irmã Teresa, quase soçobrou por intrigas de poderosos… Mas Deus é grande. E olha, menina, ela tornou-se imortal!”.

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No dia 15 de outubro de 2016, memória de santa Teresa de Ávila, a Diocese de Santa Cruz fez a consagração solene da cronista: na Ordo Virginum. Finalmente Sponsa Christi pelas mãos de D. Sinésio Bohn, também fundador do Mosteiro! No almoço com amigos, no restaurante Centenário – D. Sinésio, padre Roque, padre Loreno, padre Paulo e a amada Madre Paula Ramos, entre eles –, Teresa Paula se lembrou de trechos cantarolados do poeta nordestino que jamais voltaria a contemplar neste lado da pátria celeste.  

A assinatura “Belchior” ratifica a reconhecida genialidade do artista. Em uma poesia de Teresa de Jesus, padroeira da consagrada. Outro patrimônio da humanidade. A santa tornou-se a patrona dos escritores espanhóis e dos místicos. O brasileiro Belchior é grande. Junto a outros que reconhecemos de cor: Vinícius, Bandeira, Quintana, Coralina; o romancista José de Alencar, dos verdes mares bravios de Iracema, dos lábios de mel do Ceará dos Inhamuns…  

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Dedico à companheira do poeta alguns versos de minha canção favorita. “E as paralelas dos pneus n’água das ruas são duas estradas nuas em que foges do que é teu…  Abro a vidraça e grito, grito quando o carro passa, Teu infinito sou eu, sou eu, sou eu, sou eu…”.

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