Após oito meses de trabalho, será inaugurado neste domingo, 27, o novo acesso ao cemitério da Comunidade Evangélica de Alto Linha Santa Cruz. Considerado uma das mais importantes preciosidades históricas de Santa Cruz do Sul, o espaço tombado em 2010 pela Prefeitura está pronto para receber turistas, pesquisadores e gente interessada em conferir as mais de cem sepulturas datadas a partir de 1874. A obra de recuperação foi executada pela Juventude Evangélica de Alto Linha Santa Cruz (Jealisc) e recebeu apoio do governo municipal, Associação de Moradores de Linha Santa Cruz (Amorlisc) e Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas (Oase).
Conforme o responsável pela iniciativa, Cláudio Kistenmacher, a ideia de restaurar o cemitério foi debatida ainda em 1989, na época em que era presidente da Jealisc. Mediante o apoio da comunidade local, a área onde estão os túmulos, abandonada desde a década de 1960, pôde ser inaugurada em outubro de 2015. “Limpamos e erguemos as lápides em pedra grês, com todo cuidado para nenhuma delas quebrar, e também realizamos o ajardinamento ao redor dos túmulos”, explica. O chão recebeu brita para facilitar a circulação.
O que faltava para concluir a recuperação era um novo acesso e, nesta semana, foram concluídos os últimos retoques. O chão batido deu lugar a uma entrada com paralelepípedos e bancos. Em canteiros foram plantadas uma árvore de pau-brasil e outra de canela, que crescem entre o colorido das flores. “Trabalhamos aqui sábados, domingos e feriados, ou em outros momentos em que tínhamos tempo livre. Esse cemitério está sendo a realização de um sonho para nós”, complementa Cláudio.
Publicidade
Uma conquista de antigas e novas gerações
Cláudio Kistenmacher, seu filho Jean e o pastor Élio Scheffler: concretização de um sonho antigo | Foto: Lula Helfer
Publicidade
O pastor da comunidade, Élio Scheffler, salienta a união de esforços não só das entidades que auxiliaram o projeto a sair do papel, mas das pessoas envolvidas, que demonstraram muita disposição. “Esse é um trabalho que passa de geração para geração. Primeiro era o pai do Kistenmacher que ajudava, depois foi ele mesmo que arregaçou as mangas e, agora, é o filho dele, o Jean, que assumiu a presidência da Jealisc e está sempre aqui”, complementa.
E para que o patrimônio histórico continue encantando os visitantes que por ali passarem, o pedido de quem trabalhou na recuperação é que todos ajudem a cuidar do espaço. Uma das exigências está até exposta em uma pequena placa na entrada da área: Favor não colocar flores de plástico neste cemitério. Traga mudas de flores e plante.
Programação
Publicidade
A inauguração do novo acesso ocorrerá neste domingo a partir das 9 horas, com culto na Igreja Evangélica. Em seguida, os participantes seguirão em caminhada até o cemitério, localizado aos fundos da paróquia da comunidade.
Depois haverá almoço pelo valor de R$ 20,00, apresentação de um grupo de danças do 25 de Julho e, mais tarde, reunião dançante.
Patrimônio
Publicidade
Pede-se o plantio de mudas, ao invés de flores de plástico | Foto: Lula Helfer
Incluído no Roteiro Caminhos da Imigração, o Cemitério Evangélico foi tombado ainda em 2010 por iniciativa do então vereador Nasário Bohnen. Também é fonte de pesquisa para estudiosos de várias universidades do Estado. O campo santo guarda 107 sepulturas com inscrições na língua alemã, sempre com mensagens sobre a pessoa falecida. Segundo o pastor Élio Scheffler, sua esposa já traduziu todos os textos e a intenção, no futuro, é publicar um livro com as mensagens em português.
Publicidade
Confira entrevista com Cláudio Kistenmacher:
This website uses cookies.