Chá dos Avós do Colégio Monte Alverne celebra as memórias

Enquanto a diretora Márcia Sehnem Rediske apresentava o cerimonial, escrito com trechos em alemão, centenas de pessoas acompanhavam, atentas, cada palavra. Na tarde dessa quarta-feira, 23, aliás, o ginásio Miguelão, em Monte Alverne, transformou-se numa casa de avós. Em meio a quitutes, músicas da Orquestra Melodia dos Anjos, histórias, amor e carinho expresso em gestos e olhares, as gerações festejavam a quarta edição do Chá dos Avós, promovido pelo Colégio Estadual Monte Alverne (Cema). “Hoje celebramos o papel fundamental de vocês na vida dos filhos, netos e bisnetos”, dizia o texto.

Os mais velhos entre os estudantes da instituição deram início às apresentações. Trajados com vestes que remetiam aos homenageados, a turma do 3º ano do Ensino Médio proferiu conselhos à plateia. “Nós pensamos em proporcionar esse momento de reflexão, em dar dicas aos demais, já que somos os mais velhinhos”, contou a estudante Ana Júlia Frantz. Ela, por exemplo, ficou responsável por dizer aos pequenos “que aproveitem os momentos na escola, pois são inesquecíveis”. Alguns deles, sem dúvida, foram construídos no evento.

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Encontro de gerações

A pequena Djulifer Gass Ortiz, de 10 anos, que o diga. Estudante do 5º ano, ela se preparava para entrar em ação ao lado dos colegas. Na encenação teatral preparada para a tarde, algumas de suas falas também seriam em alemão, herança dos ensinamentos de casa. E para acompanhar a performance lá estavam a avó Nilsi Gass, 70, e a bisavó Nely Lagassi, 91.

Moradoras de Linha Araçá, as três eram só alegria. “É muito lindo poder participar e ver as crianças”, disse Nilsi. Para o trio, que mora praticamente junto, o dia a dia significa um aprendizado constante. “Eu sinto a mesma emoção que elas”, afirmou a pequena, cujo papel seria representar uma vovó. E o figurino? “Vestidinho da bisa.”

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Entre cantos e encantos

O talento para as artes transcende gerações na família de Vitor Gabriel Souza, 10. Do bisavô que tocava gaita ao bisneto que encanta com a flauta, junto à Orquestra Melodia dos Anjos. Estudante do 4º ano, ele também se apresentava durante o chá promovido pelo Cema. “Gosto de aprender música.”

O colega de grupo Arthur João Pilz, 16, do 2º ano do Ensino Médio, também acompanhava o avô tocando gaita quando criança. A partir dele veio a inspiração para seguir no caminho das partituras. Apesar de ter começado com a flauta, hoje ele se apresenta com o saxofone na orquestra e se autointitula “gaiteiro desde que me conheço por gente” nas redes sociais. “É muito legal estar aqui, algo que eu queria muito. É gratificante se apresentar e ver a mãe assistindo. Meu avô, em outras ocasiões, chegava a chorar de emoção.”

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Para todos

Enquanto o mural exposto no ginásio trazia a frase “as avós criam memórias que o coração guarda para sempre”, no ambiente os participantes viviam a teoria na prática. Segundo a supervisora escolar Débora Vogt, a promoção do Chá dos Avós surgiu no contexto pós-pandemia, com o objetivo principal de proporcionar uma aproximação entre avós e netos.

Na edição deste ano, que contou com a participação dos estudantes das turmas dos Anos Iniciais, entre as apresentações estava o projeto Gerações, grana e gaita – Criando caminhos para a sustentabilidade, desenvolvido pelo 5° ano.

Segundo Débora, que também é coorientadora do trabalho, a tarde marcou a culminância das atividades. “Aqui eles vão encenar a peça Tempo de ser, que envolve educação financeira, música… O texto, inclusive, apresenta trechos em alemão e falas que os estudantes aprenderam com os avós.”

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