Clemer concedeu uma entrevista nesta terça-feira, 12, para explicar detalhes sobre a sua saída do Internacional. O ex-goleiro e ex-treinador do time B relatou que a decisão partiu da diretoria e não está ligada ao desentendimento com o preparador físico Flávio Soares.
Com 46 anos, Clemer disse que a justificativa da direção colorada foi uma mudança de planos nos times inferiores. Ele evitou confirmar se houve ou não agressões físicas contra o colega, no incidente ocorrido em um CT da base em Alvorada.
“Eu tive uma discussão com outro profissional dentro do treinamento. Foi uma discussão mais ríspida. Criou-se uma situação bem maior do que era. São coisas que acontecem no trabalho, no dia a dia. É algo do passado. Já foi resolvido. Também não tem nada com minha saída do Internacional. Quero deixar bem claro para vocês. O planejamento da diretoria é esse. Quero deixar bem claro isso”, afirmou, em entrevista coletiva num hotel da zona norte de Porto Alegre.
Publicidade
“Para ser bem sincero, não teve conversa nenhuma. Houve um desentendimento. São coisas que acontecem no vestiário. Jamais vou chegar aqui e dizer o que aconteceu lá dentro. Foi uma decisão da diretoria em achar que esse era o momento para eu sair do clube, como eu ouvi e vi eles falarem, que seria o momento de eu seguir minha carreira. Quero deixar bem claro que estou saindo não pela minha vontade. Havia um planejamento, que seria dentro do Inter, mas, por decisão da diretoria, temos que acatar, até porque somos funcionários do clube”, prosseguiu Clemer.
A posição oficial do Internacional foi de que Clemer saiu por alteração no planejamento da base. O argumento não se sustenta pelos números: nove títulos conquistados e mais de 15 jogadores revelados, entre eles os cinco garotos que tomaram lugar no time titular dirigido por Diego Aguirre – William, Geferson, Rodrigo Dourado, Eduardo Sasha e Valdívia. O treinador negou que guarde mágoas da diretoria colorada pela decisão, mesmo que manifestasse a cada fala sua intenção de permanecer no clube.
“Mágoa em relação a algum funcionário, dirigente, eu não tenho. Peço até perdão se errei em alguma situação. Eu até tive proposta de outros clubes, mas minha prioridade era o Inter, sempre foi o Inter. Botei sempre em primeiro lugar. Não foi à toa que passei 14 anos, com carreira vitoriosa, identificação com as pessoas, com o estado. Meu plano era seguir o trabalho no Inter, porque estava sendo bem feito e por ter sido interrompido do jeito que foi. Faz parte. Somos empregados do clube e acatar as decisões. Meu plano era continuar, é claro que uma hora teria a oportunidade de ser treinador do Inter mesmo ou de sair”, disse.
Ele espera por propostas – ano passado houve sondagem de Portuguesa e Criciúma. Além de propostas oficiais de Paysandu e Sampaio Correa mais recentemente. “Meu futuro, agora eu sou um profissional que está esperando algumas propostas de trabalho. Independente de onde for. Tenho que analisar bem analisado para que possa seguir minha vida”, concluiu.
Publicidade
Clemer estava no Inter desde 2002. Foi goleiro campeão da Libertadores e do Mundo em 2006, preparador de goleiros em 2010 e, a partir de 2011, e começou a carreira como técnico na base, com amplo sucesso. O ex-goleiro acumulou títulos na categoria sub-17 (foram nove taças em 11 finais). Chegou a virar interino após a demissão de Dunga durante o Brasileirão de 2013. Alçado a comandante do Inter B, ex-time sub-23, trabalhava muito perto de Diego Aguirre.
This website uses cookies.