“Com certeza, nós voltaremos”, diz organizadora da Megarace em Santa Cruz

Mais de 900 pessoas de diferentes cidades estiveram na manhã desse domingo, 30, em Santa Cruz do Sul para a terceira etapa da Corrida Megarace. A competição – uma prova de obstáculos onde o objetivo é superar os limites físicos e mentais – exige que os participantes tenham muita entrega e resistência para vencer as adversidades e completar o percurso. O evento contou com o apoio da Prefeitura de Santa Cruz do Sul e da Gazeta Grupo de Comunicações.

A disputa ocorreu no Parque de Eventos, para adultos que realizaram percursos de 10 e 6 quilômetros nas modalidades individual, dupla e quarteto para iniciantes. Também houve competição no masculino e no feminino e uma prova kids, para as crianças.

A largada ocorreu às 8 horas. Os atletas foram desafiados a superar diferentes obstáculos de velocidade, agilidade e resistência em estruturas montadas em áreas do parque, pista de rodeios e Autódromo Internacional de Santa Cruz do Sul.

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Michele Villa, uma das organizadoras, salientou que o evento veio para ficar em Santa Cruz. “Ficamos felizes em trazer a disputa para a região e nos surpreendeu a participação e energia contagiante dos competidores.”

A promoção teve disputa para iniciantes e também para quem está acostumado a treinar e participar de provas de corrida e Cross Fit. Os participantes vieram de diversas regiões do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. “Santa Cruz nos recebeu muito bem e só temos a agradecer pelo apoio da Prefeitura – por meio da Secretaria de Esportes – e da Gazeta. Com certeza, nós voltaremos”, garantiu Michele.

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“Luta contra a cabeça”

Entre os participantes, a corrida foi um desafio. Emerson Marins, da equipe Cross Creed, de Passo Fundo, disputou nos 6 quilômetros da categoria solo. Ele destacou o apoio dos demais competidores durante a prova. “Foi uma ótima experiência superar os limites e ver que todos se ajudam”, disse o atleta, que participou pela primeira vez em Santa Cruz do Sul.

Henrique Bauer, da equipe Arya Training, de Santa Cruz do Sul, competiu na prova de 6 quilômetros individual. Ele destacou como muito importante poder superar os próprios limites. “É uma luta contra a cabeça o tempo todo. Tivemos corrida e subidas e a arena com obstáculos, onde tive que fazer muita força.” O atleta, que também incentivou a filha na disputa da prova kids, elogiou a estrutura do parque para a competição.

Integrantes da equipe Guaporé Night Run, as amigas Bianca Cenci Capitanio e Franciele Scalco, de Dois Lajeados, disputaram os 6 quilômetros em duplas, na primeira vez em que competiram juntas.

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“Foi a terceira prova de que participei – e em cada uma, tivemos obstáculos diferentes. Essa mega foi a mais difícil, mas conseguimos completar”, disse Bianca, que elogiou a determinação de Franciele, estreante em uma competição com obstáculos. “Para mim foi um desafio. Consegui fazer todos os obstáculos e achei uma prova divertida”, disse Franciele.

Atleta da Venezuela participa e destaca orgulho pelo país

Entre os participantes da Megarace, uma história de superação e amor pelo seu país que ultrapassa fronteiras por meio do esporte. Morador de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, onde trabalha como motorista, o venezuelano Gabriel Campos destacou sua paixão pela corrida com obstáculos. “É uma experiência única, que recomendo”, diz ele, que competiu pela primeira vez em Santa Cruz do Sul.

Natural da cidade de El Tigrito, na Venezuela, Campos está há sete anos no Rio Grande do Sul. Nos próximos dias, ele viajará para visitar familiares que permanecem no seu país, que vem passando por uma forte tensão política e ameaça de ataque militar dos Estados Unidos.

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“Sempre me emociono ao falar da Venezuela. Está muito difícil lá, as pessoas batalham muito”, disse. “Estamos passando por um momento muito difícil na política mundial. Sou um venezuelano que prega pela paz e contra guerras. Quem sofre não é o político, e sim o povo que trabalha todos os dias para sobreviver”, comentou.

Gabriel contou que a sua vida mudou muito quando deixou o país vizinho. Ele ingressou no Brasil por Roraima. “Morei quatro anos em Boa Vista, onde aprendi a falar português e outras coisas. Trabalhei de auxiliar e motorista e fui gerente de loja. Recebi uma proposta melhor para ser motorista e vim para o Rio Grande do Sul”, detalhou. “Vim com o sonho e o desejo de ajudar minha família, e estou conseguindo.” Ele também trabalha como professor de Educação Física.

Lembrando que a Venezuela é “um país bonito e que merece ser respeitado”, Gabriel afirmou ter muito orgulho da sua origem e também do povo brasileiro, “que é muito acolhedor”. “Só tenho a agradecer a cada brasileiro que tem auxiliado os venezuelanos que estão aqui.”

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