O jornalismo proporciona a possibilidade de conviver com as mais diferentes pessoas, com seus ideais, seu entendimento sobre a vida e conhecimento. São aulas de vida com quem, muitas vezes, pouco esteve nos bancos escolares, e a exposição da ignorância com quem carrega no currículo a distinção como doutor. É claro que isso não é regra. E essa diversidade e capacidade de surpreender tornam cada matéria a chance de viver algo diferente, mesmo que o assunto já seja bem batido.

E nessas andanças, o que foi aprendido nos bancos universitários também nos possibilita avaliar a comunidade e o que a leva a tomar algumas atitudes. Uma das constatações é que, conforme os seres humanos evoluem tecnologicamente, as ações bizarras crescem e evidenciam um retrocesso à barbárie. Falam em família, procuram as igrejas em busca de Deus, mas não param de fazer aquilo que o Todo Poderoso mais condenou.

Estamos caminhando para acabar com um dos conceitos que nos diferencia sobremaneira dos animais: as comunidades. Alguns casos de bichos até serviriam de exemplo para repensarmos a forma como estamos vivendo. Os mais populares, abelhas e formigas, dão exemplo de que, quando o trabalho é feito de forma conjunta, o resultado é vitorioso.

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Imaginem se as abelhas passassem a disputar, na mesma colmeia, sobre qual tem mais razão; ou se aquelas que captam o pólen das flores vermelhas resolvessem trabalhar unicamente para prejudicar as que preferem as flores amarelas. O favo não se formaria e o mel deixaria de existir. Por sorte, elas atuam de forma conjunta, como unidade, formando comunidades vitoriosas e produzindo muito. Elas não têm tempo para perder com picuinhas.

Em Desordem, os Titãs cantaram, em 1987, algo que está muito vivo até os dias atuais: “São sempre os mesmos governantes; os mesmos que lucraram antes”. E, mesmo assim, as pessoas seguem brigando, atacando-se como se ter uma opinião diferente fosse motivo para linchamento público. Artistas são cancelados, porque se identificam com esse ou aquele ideal, sem importar a qualidade profissional do ser humano; para quem não está no governo, quanto pior, melhor; para quem está, uma série de informações que buscam, acima de tudo, a próxima eleição.

E assim seguimos, “caminhando contra o vento sem lenço, sem documento”, vendo vizinhos preferindo brigar com aqueles que podem ser a mão que os levantaria. Podendo dançar o sapatinho na roda de samba e crescer juntos, atacam, execram, alimentam o ódio e a aversão. Tornam real o que o Fundo de Quintal já havia percebido há tempo: “E fazem de tudo pra silenciar a batucada dos nossos tantãs”. Poderiam dançar todos na mesma roda, crescer juntos como unidade, em comunidade.

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Marcio Souza

Jornalista, formado pela Unisinos, com MBA em Marketing, Estratégia e Inovação, pela Uninter. Completo, em 31 de dezembro de 2023, 27 anos de comunicação em rádio, jornal, revista, internet, TV e assessoria de comunicação.

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