Em torno de 50 pessoas ligadas a manifestações religiosas de origem africana participaram, na tarde de sábado, da 1ª Conferência Municipal do Povo de Terreiro de Santa Cruz do Sul. No evento, realizado no Espaço Assemp, no Parque da Oktoberfest, foram definidas propostas a serem levadas para a etapa estadual, que está prevista para ocorrer em novembro deste ano, em Porto Alegre, e à Prefeitura local. Entre as demandas definidas no encontro, estão Direito ao culto e implantação de uma escola afro-pedagógica em Santa Cruz.
Na conferência municipal também foram escolhidos dois delegados e um suplente das entidades representadas no evento, para participarem da Conferência do Povo de Terreiro do Rio Grande do Sul e defenderem as proposições aprovadas sábado na etapa do município. Um dos objetivos dos organizadores do evento santa-cruzense, a criação do Conselho Municipal do Povo de Terreiro, começou a ganhar forma na reunião local. Os participantes definiram a composição do órgão, que será de 12 conselheiros, sendo seis titulares e seis suplentes.
A yalorixá Vera Silveira de Xangô, observa que o principal objetivo da conferência foi a criação do conselho e a meta foi aprovada e começou a ser colocada em prática. Conforme ela, esse órgão visa a busca de políticas públicas, ações afirmativas e os direitos civilizatórios dos povos de terreiros e tradição de matriz africana. “O conselho vai ser um instrumento legítimo para que possamos encaminhar projetos e demandas que atendam esses povos”, destaca. O próximo passo para a criação do conselho, é levar o resultado para a administração de Santa Cruz do Sul para ser feito o projeto de lei a ser encaminhado à Câmara de Vereadores.
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O secretário de Políticas Públicas do município, Edemilson Severo, acompanhou o evento e garantiu apoio às ações e iniciativas dos participantes. A conferência municipal contou com a presença do presidente do Conselho do Povo de Terreiro do Rio Grande do Sul, Baba Diba de Iemanjá, de Porto Alegre, que fez a abertura. Na ocasião, Baba Diba destacou a importância do evento, frisando que as pessoas só conseguem transformar a sociedade se caminharem juntas.
Para Moa Fanfa, um dos participantes, a criação do Conselho é importante para que avanços na igualdade entre religiões sejam consolidados. A conferência municipal foi organizada pelo Centro Cultural Valeu Zumbi, com apoio da Comissão do Povo de Terreiro do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir) e da Secretaria Municipal de Políticas Públicas.
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Fotos: Rodrigo Assmann
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