floresta Amazônica
A trigésima Conferência das Nações Unidas com ênfase sobre as questões climáticas, a se realizar em Belém do Pará entre os dias 10 e 21 de novembro deste ano, atende pela sigla COP 30. Entre nós, há 31 anos era demarcada a poligonal do Cinturão Verde, o que nos habilita para a denominação CV 31. Enquanto a COP 30 pretende a abrangência planetária, o que nos irmana universalmente, nos ativamos, em acréscimo, pela valorização do que a natureza nos oferta localmente. Igualmente se faz emblemática a chamada mobilizadora assumida pelo coletivo “Lixo Zero”, de alcance nacional e focalidade local, a se realizar entre os dias 17 e 26 de outubro: “Territórios Lixo Zero: Cuidar do Lugar é Transformar o Mundo”. Nessa mesma linha, nos vem à mente outra convocação icônica: “Pensar planetariamente e agir localmente.”
Quando citamos o Cinturão Verde estamos falando do território em si, mas também da transversalidade que se estabelece interativamente com as serranias e planícies, as bacias hidrográficas do Rio Pardinho e Taquari Mirim, o Túnel Verde e praças, os arruamentos e pátios arborizados, as pessoas e demais criaturas, a proposta do “Geoparque do Vale do Rio Pardo” e a ambiência regional em suas diversificadas manifestações. Testemunha da magnitude ambiental, em encontro preparatório para a reunião do Conselho de Gestão Socioambiental de Santa Cruz do Sul, realizada no dia 10 deste setembro, o biólogo e pesquisador Jair Putzke reafirmou que no Cinturão Verde de nossa cidade encontramos mais biodiversidade em termos de flora do que em significativas porções preservadas da própria Amazônia.
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Todavia, se significativo o que se mantém preservado, graças ao empenho de muitos, especialmente dos abnegados proprietários que assim procedem, cabe firmar que “nem tudo são flores”. A fragmentação dos espaços sensíveis é uma dura realidade, que afeta diretamente a mobilidade da fauna. As áreas de infiltração das águas tem diminuído flagrantemente, o que contribui para as inundações e estiagens.
O perigo de deslizamentos, particularmente em zonas de falhas e fraturas se faz notório; o mesmo ocorrendo com os instáveis e heterogêneos depósitos de “tálus” nas encostas. Há uma íntima correlação entre a localização das composições conhecidas como “tálus” com as linhas de fontes, normalmente aflorantes no contato entre as formações argilosas e areníticas. Salientamos que nos valemos dos termos “linhas de fontes” para acentuar que não podemos nos restringir a delimitar os “olhos de água” e nascentes enquanto pontos isolados de surgência natural das águas percoladas, mas como alinhamentos ou zonas, por vezes em formato de arcos. Há que se ter um zelo especial para com essas relevantes feições hidrogeológicas.
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Sim, temos uma longa e gratificante tarefa de corresponsabilidade socioambiental com o planeta e com o nosso lugar de pertencimento imediato. Desse modo, se nem tudo são flores, pluralizamos a pergunta primaveril de Romar Beling publicada em sua coluna, no jornal “Gazeta da Serra” (05/09/2025, p. 05): “Quando vais (vamos) florescer?” Florescer em benefício da biodiversidade daqui e de todos os lugares, contemplados tanto pela COP 30 quanto pelo CV 31 e outros movimentos, igualmente meritórios. De fato, a geobiodiversidade também, e de forma especial, mora aqui conosco e merece todo zelo em tempos não apenas restritos aos grandes eventos mas estendidos ao cotidiano de nossos fazeres e pensares.
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